Crueldade sem fim

Israel diz que moradores do norte de Gaza devem deixar região imediatamente

Israel intensifica bombardeios terrestres e aéreas sobre a Faixa de Gaza, que está sem comunicação e cada vez mais isolada

© Unicef/Hassan Islyeh
© Unicef/Hassan Islyeh
"Guerra contra civis e crianças", denunciou brasileiro sobre ofensiva de Israel sobre os territórios palestinos

São Paulo – Desde ontem (27) Israel mantém forte bombardeio sobre a Faixa de Gaza. As tropas israelenses seguem dentro do território palestino neste sábado. Desde o início da guerra em 7 de outubro, é a mais longa incursão terrestre. O número de mortos no conflito ultrapassa os 7.700 em Gaza, incluindo mais de 3.200 crianças, de acordo com o ministério da saúde palestino. Em Israel são 1.400 vítimas fatais.

Até as primeiras horas deste sábado, pelo menos 150 alvos foram bombardeados. A área norte da Faixa de Gaza está sendo bombardeada maciçamente por mísseis de Israel. Repórteres informam que foi uma das noites mais sangrenta das últimas semanas. Nenhum jornalista conseguiu adentrar à Faixa de Gaza desde ontem.

Israel vem comunicando os moradores de Gaza que abandonem imediatamente o norte da região, principalmente da Cidade de Gaza. É esperado o aumento da incursão terrestre no local. “O chão tremeu em Gaza”, afirmou Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel. Gallant disse que a guerra entrou em uma nova fase.

Os jornalistas que estão na fronteira de Gaza também informam através das agências internacionais de notícias que há enorme dificuldade para se obter informações e imagens desta etapa da guerra. O sinal de internet praticamente inexiste, o que também dificulta o ocorro às vítimas, pois não há como solicitar serviços de ambulância e médico. As equipes da Organização Mundial da Saúde (OMS) que atuam na Faixa de Gaza não têm mais contato com a coordenação da organização, de acordo com o chefe da OMS Tedros Adhanom.

Já o exército de Israel afirma que conseguiu matar o chefe da divisão aérea do Hamas, Asem Abu Rakaba. O Hamas informou hoje, segundo notícia da BBC, que veículos das forças israelenses que estavam na zona noroeste de Gaza foram bombardeados.

Trégua humanitária

A ONU aprovou ontem uma resolução que pede uma trégua humanitária imediata entre Israel e Hamas. Também exige livre acesso de ajuda a Gaza e proteção de civis.

Mais de 2 milhões de pessoas que vivem na zona de guerra tiveram o fornecimento de energia elétrica e alimentos cortados. A região toda está cercada por tropas de Israel.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem a reação desproporcional de Israel aos ataques do Hamas no início do mês. Lula afirmou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, quer “acabar” com a Faixa de Gaza. Disse que a posição do Brasil em relação à guerra é “a mais clara possível”.

Ele classificou como “loucura” o direito de veto dos cinco países – Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra – que ocupam assento permanente no Conselho de Segurança do ONU.

“Dissemos que o ato do Hamas foi terrorista. Dissemos em alto e bom som que não é possível fazer um ataque, matar inocentes, sequestrar gente da forma que fizeram, sem medir as consequências”, disse. “Agora temos a insanidade também do primeiro-ministro de Israel, querendo acabar com a Faixa de Gaza, se esquecendo de que lá não tem só soldado do Hamas. Tem mulheres, crianças, que são as grandes vítimas dessa guerra”, disse Lula.

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Com informações da Agência Brasil e agências internacionais de notícias