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Atletismo: Petrúcio Ferreira e Silvânia Costa vão em busca do bi paralímpico

Modalidade que mais conquistou medalhas para o Brasil em Jogos Paralímpicos tem, em seu primeiro dia de competições, dois recordistas mundiais na disputa

Washington Alves/MPIX/CPB e Ale Cabral/CPB
Washington Alves/MPIX/CPB e Ale Cabral/CPB
Silvânia costa e Petrúcio Ferreira defendem seus títulos olímpicos em Tóquio

São Paulo – O atletismo estreia na noite desta quinta-feira (26) nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e o Brasil tem boas chances de medalha. Dois recordistas mundiais e atuais campeões olímpicos, Petrúcio Ferreira e Silvânia Costa, iniciam sua caminhada rumo ao bicampeonato na competição.

O velocista Petrúcio Ferreira tenta manter a hegemonia na prova dos 100 metros T47, categoria de competidores com amputação abaixo do cotovelo ou punho. Ele é detentor da melhor marca da história, com os 10s42 obtidos na semifinal do Mundial de Dubai, em 2019. No Rio-2016, foi medalhista de ouro.

Também disputa a prova outro brasileiro com chances de medalha. Washington Júnior foi prata no mesmo Mundial em que Petrúcio estabeleceu o recorde mundial. Na ocasião, Yohansson Nascimento, bronze nos Jogos do Rio e já aposentado, completou o pódio-verde-amarelo.

Silvânia Costa conquistou o título olímpico no Jogos de 2016 no salto em distância da categoria F11, para competidores com deficiência visual. À época, já era campeã mundial e também dona do recorde mundial, com 5,46, obtido na segunda edição do Circuito Loterias Caixa. A brasileira Lorena Spoladore, bronze no Rio 2016, também disputa um lugar no pódio na prova.

Caso se classifiquem para as finais, Petrúcio Ferreira e Silvânia Costa disputam medalhas a partir das 5h desta sexta-feira (27).

Petrúcio Ferreira: preparação na areia

Com o cronograma de preparação afetado pela pandemia, o treinador do velocista Petrúcio Ferreira, Pedrinho Almeida, preparou no período atividades em areia de praia, pista de barro e academias improvisadas até o retorno à pista sintética da Universidade Federal da Paraíba. Na beira mar, as adaptações foram necessárias.

“Na época, exploramos muito a dinâmica da maré do mar para elaborarmos os treinos. Na maré baixa, por exemplo, aproveitava a areia mais dura para trabalhar mais o aspecto técnico, tiros, enquanto na maré alta, fazia atividades aeróbicas na areia mais fofa”, explica Pedrinho ao site do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

O curto ciclo de treinamento de Silvânia Costa

O ciclo paralímpico não foi fácil para Silvânia Costa. Ela foi afastada das competições por conta de uma acusação de doping há dois anos, o que a tirou do Parapan de Lima, no Peru. Após provar sua inocência, teve que enfrentar as dificuldades decorrentes da pandemia de covid-19.

“Tive cinco meses de treino, enquanto minhas adversárias tiveram cinco anos. Mas a minha determinação é ainda maior do que a minha condição física”, disse, em entrevista ao jornal O Estado MS.

Além do salto em distância, Silvânia Costa também disputa, na manhã desta sexta-feira, as eliminatórias dos 400 metros da categoria T11. No Rio-2016, ela foi prata junto com a equipe de revezamento no 4×100 metros T11-13.

O atletismo do Brasil nas Paralimpíadas

O atletismo é a modalidade que rendeu mais medalhas ao Brasil em Jogos Paralímpicos. São 142 medalhas ao longo de todas as edições, com 40 de ouro, 61 de prata e 41 de bronze. Na última edição, nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro, a modalidade conquistou 33 pódios para o país. Em Tóquio, serão 65 representantes e 19 atletas-guia.

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