modelo derrotado

Responsável pelo material didático cheio de erros de Tarcísio, empresário da educação é demitido após escândalo

Número 2 na pasta comandada pelo também empresário Renato Feder, Renato Dias, agora ex-coordenador pedágógico, também estava por trás da tentativa de barrar os livros didáticos do MEC

Ciete Silvério/Governo do Estado de SP
Ciete Silvério/Governo do Estado de SP
O governo Tarcísio chegou a anunciar que não iria aderir ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), mas foi obrigada pela Justiça a recuar

São Paulo – O empresário da educação Renato Dias, responsável pelo material didático digital cheio de erros adotado no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi demitido nesta quarta-feira (6). A saída foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial, dois dias após a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti suspender, liminarmente, os slides repletos de erros de grafia e com informações falsas sobre fatos históricos, entre outros. E deu 48 horas de prazo.

Coordenador pedagógico da Secretaria Estadual de Educação, chefiado pelo também empresário Renato Feder, com atuação também em artigos pedagógicos, Dias era considerado homem de confiança. Ou seja, o “número 2” na Educação. Seguindo o perfil da atual gestão, que se cercou de profissionais com trajetória na iniciativa privada para cuidar da educação pública, Dias é um dos fundadores da Camino School, escola particular trilíngue na capital paulista. E ex-diretor da Somos Educação, um dos maiores grupos privados de educação do país.

O agora ex-coordenador é também um dos nomes por trás de outra política fracassada do governo Tarcísio de Freitas: a substituição dos livros didáticos do MEC por materiais 100% digitais, com aulas organizadas em slides de Power Point.

Foi na época em que a decisão, revertida pela Justiça, foi anunciada, que a Secretaria de Educação passou a distribuir os slides cheios de erros de informação e de português em todas as disciplinas. Entre eles, que a cidade de São Paulo tinha praias, assim como Dom Pedro 2º assinou a Lei Áurea em 1888 para a abolição da escravidão. A Justiça de São Paulo determinou a correção dos erros. A liminar ainda estabeleceu uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento da medida.

Quem assume agora a coordenação pedagógica é Bianka de Andrade Silva. Doutora em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), atuou como docente na Educação Básica e de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal de Belo Horizonte.

A nova coordenadora também foi professora bolsista e voluntária da UFMG e trabalhou no setor de projetos de avaliação da secretaria estadual de Educação de Minas Gerais. Bianka também tem forte atuação na rede privada, com passagens por instituições particulares como Escola Mais e Arco Educação, que vende plataformas e ferramentas tecnológicas educacionais, onde trabalhou como gerente de produtos digitais.