Preço da cesta básica sobe em 15 de 17 capitais no primeiro mês do ano

Dieese estima em R$ 2.398,82 o salário mínimo necessário. Proporção cai em relação ao valor oficial

São Paulo – O preço da cesta básica no primeiro mês de 2012 subiu em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Houve recuo apenas em Porto Alegre (-0,81%) e Vitória (-1,54%). As maiores altas foram apuradas em Brasília (4,72%), João Pessoa (3,9%) e Florianópolis (3,51%). Entre as cidades mais populosas, o valor subiu 2,98% em São Paulo, 3,35% no Rio de Janeiro, 2,58% em Salvador e 1,54% em Belo Horizonte. No período de 12 meses, até janeiro, o preço recuou apenas em Natal (-4,88%). Entre os destaques de alta, estão Florianópolis (10,16%), Belo Horizonte (9,81%) e São Paulo (9,3%).

Segundo o instituto, a cesta básica mais cara continuou sendo a de São Paulo (R$ 285,54), aumentando a distância para Porto Alegre (R$ 274,63). Os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 187,88), João Pessoa (R$ 212,18) e Natal (R$ 213,63).

Com base no maior valor, o Dieese calculou em R$ 2.398,82 o salário mínimo necesssário para um trabalhador e sua familia. Esse valor corresponde a 3,86 vezes o mínimo oficial (R$ 622). Essa proporção era de 4,27 vezes em dezembro e de 4,06 vezes em janeiro do ano passado.

Na média das 17 capitais, o trabalhador que recebe salário mínimo precisou cumprir jornada de 87 horas e seis minutos para comprar os gêneros alimentícios essenciais – dez horas a menos do que em dezembro (97 horas e 22 minutos) e oito horas a menos do que em janeiro de 2011 (95 horas e três minutos). Em janeiro deste ano, o mínimo foi reajuste em 14,13%.

“Os preços dos itens essenciais tiveram alta bastante generalizada em janeiro, devido à ocorrência de chuvas intensas em boa parte do país, particularmente no Sudeste, que além de afetar a produção, destruíram trechos de estradas e pontes, dificultando o escoamento dos produtos”, diz o Dieese. “Além disso, a região Sul passou por período de prolongada seca, que provocou quebra na produção de grãos. Assim, o fator climático tem sido o principal responsável pela alta nos alimentos básicos. Em sentido inverso, a crise na Europa pode ter contribuído para o comportamento dos preços, pois os produtos normalmente exportados para a região tendem a cair, por redução do mercado.” O feijão ficou mais caro em 15 capitais, o tomate em 14 e o café, em 13.