Preços

Na ‘prévia’ de agosto, inflação perde força, mas acumulado ainda sobe

Variação do IPCA-15 é menor pelo segundo mês seguido, porém a mais alta para agosto desde 2004. E taxa de 9,57% em 12 meses é a maior desde dezembro de 2003. Preços de alimentação e transportes caíram

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), “prévia da inflação oficial, o IPCA, teve menor variação pelo segundo mês seguido (0,43%, ante 0,99% em junho e 0,59% em julho), mas registrou a maior taxa para agosto desde 2004. No ano, está em 7,36%, acima de igual período de 2014 (4,32%). Em 12 meses, chega a 9,57%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (9,25%) e no resultado mais elevado, nessa comparação, desde dezembro de 2003 (9,86%). Os dados foram divulgados na manhã de hoje (21) pelo IBGE.

Segundo o instituto, preços de itens dos grupos Transportes e Alimentação ajudaram no recuo do índice em agosto. No primeiro caso, por exemplo, a variação no mês foi de -0,46%,  com redução em passagens aéreas (-25,06%), automóvel novo (-0,41%), automóvel usado (-1,20%) e etanol (-0,77%). Com isso, o grupo teve impacto de menos 0,8 ponto percentual na taxa geral do mês.

O grupo Alimentação e Bebidas passou de 0,64%, em julho, para 0,45%. “Vários alimentos ficaram mais baratos de um mês para o outro”, diz o IBGE, destacando batata inglesa (-9,51%), açaí (-8,51%), tomate(-6,67%),feijão preto (-4,30%), feijão fradinho (-4,26%), feijão carioca (-1,48%) e óleo de soja (-1,14%). Entre os itens que continuaram em alta, o instituto cita leite longavida (3,05%), refeição fora (0,88%) e carnes(0,87%).

O principal impacto de alta, de 0,10 ponto percentual, foi novamente da energia elétrica, com aumento de 2,6%. Segundo o IBGE, isso ocorreu pelas variações nas contas das regiões metropolitanas de São Paulo (7,43%), Curitiba (5,03%) e Belém (0,42%). Com isso, o grupo Habitação teve a maior variação de agosto (1,02%), também com elevações da taxa de água e esgoto (1,39%), serviços de mão de obra para pequenos reparos (0,82%), condomínio (0,72%) e aluguel (0,39%).

Em outros grupos, como Educação e Saúde e Cuidados Pessoais, destacaram-se as variações de itens como cursos regulares (0,78%), cursos diversos (1,64%), planos de saúde (1,08%) e artigos de higiene pessoal (1,44%).

Entre as regiões pesquisadas, o maior índice foi registrado em Goiânia (0,84%), com influência da alta da gasolina (4,5%) e do etanol (15,56%), além da taxa de água e esgoto (10,73%). Os menores foram apuradas em Belém e Brasília: 0,09% em ambos os casos, com queda de alimentos consumidos em casa no primeiro (-0,41%) e das passagens aéreas no segundo (-23,4%).

Em algumas das maiores regiões metropolitanas, o IPCA-15 perdeu força de julho para agosto: passou de 0,65% para 0,54% em São Paulo, de 0,38% para 0,19% no Rio de Janeiro, de 0,57% para 0,30% em Belo Horizonte e de 0,73% para 0,47% em Salvador. O índice caiu também em Recife (de 0,87% para 0,17%) e Fortaleza (de 0,36% para 0,14%), além de Curitiba (de 0,79% para 0,63%) e Belém (de 0,26% para 0,09%). O IBGE só registrou altas em Goiânia (de 0,38% para 0,84%) e Porto Alegre (de 0,69% para 0,73%).

O IPCA e o INPC referentes a agosto serão divulgados em 10 de setembro.