Inflação

IPCA-15 avança, com altas em alimentação, habitação e transportes

Taxa de 0,66% foi a maior para meses de outubro desde 2002. E o acumulado em 12 meses atinge 9,77%, índice mais elevado desde dezembro de 2003. Destaque individual de elevação foi o botijão de gás

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, variou 0,66% este mês, ante 0,39% em setembro, na maior taxa para meses de outubro desde 2002. Com esse resultado, divulgado na manhã de hoje (21) pelo IBGE, o índice soma 8,49% no ano, o maior para o período desde 2003. No acumulado em 12 meses, vai a 9,77%, o mais elevado desde dezembro de 2003 (9,86%).

Segundo o IBGE, o IPCA-15 de outubro sofreu impacto dos grupos com maior peso no orçamento familiar: Habitação (alta de 1,15%), Transportes (0,80%) e Alimentação e Bebidas (0,62%). Somados, os três representam 0,48 ponto percentual de impacto, sendo responsáveis por 72,73% do resultado mensal.

O principal impacto individual, 0,11 ponto, foi do botijão de gás. “Os preços desse item aumentaram 10,22% em outubro, depois de subirem 5,34% em setembro, acumulando 16,11% nestes dois meses. Este foi o reflexo, nos pontos de distribuição ao consumidor, do reajuste de 15% nas refinarias autorizado pela Petrobras, com vigência a partir de 1º de setembro”, diz o instituto.

A gasolina teve alta de 1,7%, como reflexo parcial do reajuste nas refinarias, a partir de 30 de setembro. Já o etanol subiu 4,83%.

No grupo Alimentação, os produtos consumidos em casa subiram 0,39%, enquanto fora de casa a alta foi de 1,06%. Entre os que tiveram maior aumento de preço, o instituto destaca o frango inteiro (5,11%), batata inglesa (4,22%), arroz (2,15%), pão francês (1,14%), carnes (0,97%) e refeição fora de casa (1,15%).

O maior índice regional foi apurado em Brasília (1,28%), com influência da alta de 26,67% no item ônibus urbano, que teve a tarifa reajustada, e da energia elétrica (4,55%). O menor foi a de região metropolitana de Recife (0,24%). Em São Paulo, o IPCA variou 0,85%, somando 10,18% em 12 meses. Com alta de 0,50% em outubro, o Rio de Janeiro também tem inflação de dois dígitos no acumulado (10,12%), assim como Porto Alegre (10,48%), Goiânia (10,84%) e Curitiba (11,12%).

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 6 de novembro.