Em novembro

Combustíveis voltam a pressionar, e IPCA-15 tem nova alta

Inflação acumulada em 12 meses supera os 10%, na maior taxa desde 2003. Gasolina e etanol foram responsáveis por 35% do resultado deste mês. Preços de alimentos também sobem

São Paulo – A alta dos combustíveis voltou a pressionar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a “prévia” da inflação oficial no país: a taxa foi a 0,86%, a mais alta para novembro desde 2010. O índice chegou a 9,42% no ano, maior variação acumulada para o período desde 1996 – em 2014, por exemplo, somava 5,63%. Em 12 meses, o IPCA-15 supera os dois dígitos e atinge 10,28%, na maior taxa desde novembro de 2003 (12,69%).

Apenas os combustíveis foram responsáveis por 35% do resultado mensal, na maior contribuição individual. O aumento em novembro foi de 5,89%, com impacto de 0,3 ponto percentual na taxa. O preço da gasolina subiu 4,7% (impacto de 0,18 ponto) e o etanol, 12,53% (0,11 ponto). Ainda no grupo Transportes – que passou de 0,80%, em outubro, para 1,45% –, o IBGE destaca a alta de 0,76% nas tarifas de ônibus urbanos, com reajustes em Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza.

Outro grupo que pressionou o índice foi Alimentação e Bebidas, que subiu 1,05%, ante 0,60% no mês passado, sendo responsável por 0,26 ponto percentual da taxa geral. Os alimentos comprados para consumo em casa subiram 1,35%, enquanto a alimentação fora do domicílio teve variação de 0,52%. O instituto lembra que os preços “de vários produtos importantes na despesa das famílias” tiveram aumento significativo em novembro. Foram os casos do tomate (15,23%), açúcar cristal (9,61%) e refinado (7,94%), arroz (4,10%), frango inteiro(3,96%), cerveja (3,35%), óleo de soja (2,84%), frutas (2,14%), carne(1,71%) e pão francês (1,03%).

Entre os outros grupos que compõem o índice, Comunicação teve alta de 1,04%, puxada por telefonia fixa (1,54%) e celular (1,85%). Habitação variou 0,74%, com destaque para energia elétrica (0,95%), causado por aumentos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Também nesse grupo, subiram itens como condomínio (1,34%), artigos de limpeza (1,23%) e botijão de gás (0,89%).

Nas regiões, a maior taxa foi calculada em Fortaleza (1,18%), com influência de aumentos da tarifa do ônibus urbano e na alimentação fora do domicílio. O menor foi o da região metropolitana de Porto Alegre (0,68%). O IPCA-15 variou 1,17% em Goiânia, 1,03% em Belém, 0,97% em Curitiba, 0,88% em Salvador, 0,82% em São Paulo, 0,80% em Brasília, 0,79% em Belo Horizonte, 0,77% em Recife e 0,75% no Rio de Janeiro.

Em 12 meses, seis dos 11 locais pesquisados têm taxas de dois dígitos: 11,88% em Curitiba, 11,28% em Goiânia, 10,67% no Rio e em São Paulo, 10,65% em Porto Alegre e 10,53% em Fortaleza.

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 9 de dezembro.