Inflação em janeiro

IPCA-15 é pressionado por alimentos, transporte e itens pessoais

Taxa de 0,92% foi a maior para o mês desde 2003. Acumulado em 12 meses vai a 10,74%. IBGE destaca alta do transporte público, citando a região metropolitana de São Paulo

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, variou 0,92% no primeiro mês do ano, abaixo de dezembro (1,18%) e pouco acima de janeiro de 2014 (0,89%). Foi a maior taxa para janeiro desde 2003, segundo o IBGE. Em 12 meses, o índice está acumulado em 10,74%.

Dois grupos, principalmente, puxaram o resultado: Alimentação e Bebidas e Despesas Pessoais. O primeiro, mesmo com desaceleração em relação a dezembro, teve a maior variação entre todos: 1,67%. “Vários produtos alimentícios continuaram com aumento de preços e alguns deles mostraram alta significativa: cenoura (23,94%), tomate (20,19%), cebola (15,07%), feijão carioca (8,95%), açúcar refinado (7,81%) e cristal (6,67%) e batata-inglesa (7,32%)”, diz o IBGE.

Em Despesas Pessoais, que subiu 1%, o instituto destaca os itens excursão (alta de 7,07%), manicure (2,17%), cigarro (1,51%), cabeleireiro (1,14%) e empregado doméstico (0,77%).

Já outro grupo importante na composição do índice, Transportes, passou de 1,76%, em dezembro, para 0,87%. Depois de subir 36,54% no mês passado, o item passagens aéreas registrou queda de 5,79%. Os preços dos combustíveis (1,26%) subiram: 1,25% no caso da gasolina e 1,56% o etanol. O transporte público (1,12%) também ajudou a pressionar a taxa, “tendo em vista reajustes que se concentraram no mês de janeiro em algumas regiões nas tarifas dos ônibusurbanos, cuja variação ficou em 1,92%, dos intermunicipais, que foi para 2,65%, do táxi, com 1,47%”.

O IBGE destaca ainda a alta das tarifas de metrô e trem, de 1,43% nos dois casos, após o reajuste de 8,57% a partir do dia 9.

Entre outros itens em elevação, o instituto cita artigos de limpeza (1,84%), TV, som e informática (1,74%), serviços laboratoriais e hospitalares (1,52%), plano de saúde (1,06%), serviços médicos e dentários (0,94%), energia elétrica (0,81%), taxa de água e esgoto (0,71%) e aluguel residencial (0,55%).

Das regiões pesquisadas, o maior índice foi apurado em Fortaleza (1,20%) e o menor, em Curitiba (0,53%) – os preços dos alimentos variaram 2,28% e 0,87%, respectivamente. O IPCA-15 subiu 1,14% no Rio de Janeiro, 1,02% em Porto Alegre, 0,97% em Belém e em Salvador, 0,95% em São Paulo, 0,91% em Recife, 0,79% em Belo Horizonte, 0,74% em Goiânia e 0,68% em Brasília. A maior taxa em 12 meses é de Curitiba (12,27%), enquanto a menor é de Belo Horizonte (9,33%).

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 5 de fevereiro.