IPCA-15

‘Prévia’ da inflação cede em julho, mas acumulado supera os 9%

Principais impactos vieram do aumento das tarifas de energia elétrica e água. Preços de alimentos sobem menos e alguns têm queda, como o tomate (-20,37%)

Marcos Santos/USP Imagens

Como ficou acima de julho do ano passado (0,17%), a variação acumulada em 12 meses subiu para 9,25%

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado “prévia” da inflação oficial, cedeu de junho para julho, passando de 0,99% a 0,59%. Mesmo assim, foi a taxa mais elevada para o mês desde 2008. Como ficou acima de julho do ano passado (0,17%), a variação acumulada em 12 meses subiu para 9,25% – ante 8,80% no período imediatamente anterior –, no maior resultado nessa base de comparação desde dezembro de 2003 (9,86%).

Segundo o IBGE, que divulgou os resultados na manhã de hoje (22), o maior impacto veio, novamente, do item energia elétrica, que subiu 1,91% e fez o grupo Habitação fechar o mês com alta de 1,15%. Apenas o aumento da energia representou impacto de 0,07 ponto percentual na taxa geral. A elevação foi influenciada por aumentos nas regiões metropolitanas de Curitiba e São Paulo. No ano, a energia elétrica acumula aumento médio de 44,75%, atingindo 62,46% em Curitiba, 57,5% em Porto Alegre e 55,46% em São Paulo.

Outro item do grupo Habitação influenciou o resultado do mês: a taxa de água e esgoto, com aumento de 4,10%. O impacto foi de 0,06 ponto percentual, com elevação da tarifa em várias regiões. No mesmo grupo, os artigos de limpeza subiram 1,46%.

O grupo Alimentação e Bebidas passou de 1,21%, em junho, para 0,64%. “Apesar dos aumentos de preços verificados em vários produtos importantes no consumo das famílias, como leite (3,71%), pão (1,26%), ovos (1,59%) e frango (1,10%), outros ficaram mais baratos de junho para julho”, diz o IBGE, destacando tomate (-20,37%), cenoura (-12,75%), feijão fradinho (-6,27%), hortaliças (-6,08%), farinha de mandioca (-2,44%), feijão preto (-2,17%), pescados (-1,93%) e óleo de soja (-1,09%).

No grupo Despesas Pessoais, com alta de 0,83%, houve novamente influência do item jogos de azar, embora com pressão bem menor em relação a junho – de 37,77%, no mês passado, para 7,06%. Outro com impacto na taxa foi o item empregado doméstico (0,62%).

Os menores resultados foram dos grupos Transportes (0,14%), educação (0,10%) e vestuário (-0,06%). No primeiro, as passagens aéreas, que haviam subido 29,54% em junho, agora tiveram variação de 0,91%. Caíram os preços da gasolina (-0,47%) e do etanol (-2,03%).

Entre as regiões, o maior índice foi apurado em Recife (0,87%), com influência de alimentos e da gasolina. O menor foi o de Belém (0,26%), com queda nos preços de alimentos. Na região metropolitana de São Paulo, que tem peso de quase 32% na taxa total, o IPCA-15 foi de 0,65%, chegando a 9,43% em 12 meses. Há duas regiões onde a taxa acumulada supera os dois dígitos: Curitiba (10,73%) e Rio de Janeiro (10,04%).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste mês serão divulgados em 7 de agosto.