Na berlinda

Lula deve decidir destino de Prates na Petrobras na semana que vem

Em choque com ministro das Minas e Energia, presidente da Petrobras pediu “conversa definitiva” com Lula. Mercadante é apontado como provável substituto

Tomaz Silva/Agência Brasil
Tomaz Silva/Agência Brasil
FUP criticou "espancamento público" de Prates, mas decisão final sobre futuro da Petrobras caberá a Lula

São Paulo – É incerta a permanência de Jean Paul Prates como presidente da Petrobras. O clima azedou nesta semana quando, segundo a colunista Mônica Bergamo, ele teria pedido uma “conversa definitiva” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A expectativa é que a reunião entre os dois possa ocorrer na próxima segunda-feira (5).

Sempre às voltas com intrigas envolvendo a maior empresa do país, vozes da imprensa tradicional já dão como certa a saída de Prates. A contragosto dos porta-vozes do mercado, o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante aparece como o principal nome para assumir o comando da estatal.

De acordo com Julia Duailibi e Andréia Sadi, em nota no portal g1, Mercadante inclusive já se encontrou com Prates na última quarta-feira (4). Ele teria dito que foi “sondado por Lula” para “caso o atual presidente da estatal não tenha mais condições de ficar no cargo”. A revista Veja, por outro lado, já dá como certa a demissão de Prates.

Ao mesmo tempo, uma possível solução seria manter Prates no comando, com Mercadante como presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

Fritura

O pano de fundo da “fritura” de Prates são os constantes choques com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O episódio mais recentes ocorreu no mês passado, quando o atual presidente defendeu a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários e saiu derrotado após o conselho optar por reter os recursos. Nesse sentido, o Planalto ainda aguarda informações da Petrobras para definir dividendos.

No início do mês, ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Silveira chegou a afirmar que a saída de Prates “nunca foi cogitada“. No entanto, como sinal do agravamento da crise, o presidente da Petrobras não participou da reunião do conselho da estatal nesta sexta-feira (5).

Ao mesmo tempo, as ações do Petrobras oscilaram durante a semana. Primeiro, a euforia com o eventual pagamento dos dividendos extraordinários. Posteriormente, forte queda com as especulações em relação a Mercadante, visto como mais intervencionista. Assim a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo para investigar o vai-e-vem das ações da estatal.

Tratativas durante o fim de semana

De acordo com a Folha de S.Paulo, ministros ficarão de sobreaviso para reuniões com Lula no sábado e domingo. A sucessão na Petrobras deverá estar na pauta destes eventuais encontros. Amanhã o presidente deve receber representantes de movimentos sociais e sindicatos, inclusive da Federação Única dos Petroleiros (FUP). 

Ainda nesta quinta (4), o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, usou as redes sociais para criticar o “espancamento público” a que Prates vem sendo submetido nos últimos dias. Ele fez elogios à atual gestão da Petrobras, mas destacou que a “decisão final” caberá a Lula.


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