Novo comando

Petrobras define diretoria, e Jean Paul Prates será presidente até 2025

Na primeira entrevista após assumir comando da estatal, Prates diz que a companhia não fará novas refinarias, mas aumentará o refino

Tomaz Silva/Agência Brasil
Tomaz Silva/Agência Brasil
“Não está certo alguém criar um dogma e dizer que a Petrobras só pode praticar o preço do concorrente"

São Paulo – A Petrobras divulgou na noite de ontem (22) os nomes dos novos eleitos pelo Conselho de Administração para sua diretoria. O mandato, de dois anos, vai até 13 de abril de 2025. O conselho também ratificou Jean Paul Prates para dois anos de mandato como presidente da diretoria-executiva.

“As indicações foram submetidas aos procedimentos internos de governança corporativa, incluindo as respectivas análises de conformidade e integridade necessárias ao processo sucessório da companhia, o que incluiu a apreciação do Comitê de Pessoas e, em seguida, deliberação do Conselho de Administração”, explicou a estatal em nota. Os mandatos começam no dia 29 de março e vão até abril de 2025

Os ovos nomes para a diretoria da Petrobras são os seguintes:

  • Sergio Caetano Leite (diretor executivo financeiro e de Relacionamento com Investidores)
  • Joelson Falcão Mendes (Exploração e Produção)
  • Carlos José do Nascimento Travassos (Desenvolvimento da Produção)
  • Claudio Romeo Schlosser (Comercialização e Logística)
  • William França da Silva (Refino e Gás Natural)
  • Clarice Coppetti (Relacionamento Institucional e Sustentabilidade)
  • Carlos Augusto Burgos Barreto (Transformação Digital e Inovação)

Jean Paul: PPI não pode ser dogma

Em entrevista à jornalista Miriam Leitão que foi ao ar na noite de ontem, Prates voltou a dizer que o Preço de Paridade de Importação (PPI) não pode ser um “dogma”. “O que não está certo é alguém criar um dogma e dizer que a Petrobras só pode praticar o preço do seu concorrente que traz lá de fora, (que) ela não pode reduzir um centavo abaixo disso para disputar o mercado com esse concorrente. Isso está errado.”

O PPI, instituído na gestão de Pedro Parente no comando da estatal, no governo Michel Temer, atrela o preço dos combustíveis no Brasil à variação do mercado internacional, e portanto ao dólar. Segundo Prates, porém, o PPI “pode ser a meta do preço da Petrobras para lucratividade máxima“. 

“Se é o PPI que é o melhor preço, por acaso, que seja. Mas na maior parte das vezes, talvez não seja. Porque, ao meu ver, o PPI é o preço do concorrente. O PPI para a Petrobras só garante ao concorrente uma posição confortável. A minha é poder ser mais competitivo quando eu puder ser. Ou seja, não quer dizer que eu seja obrigado a ser”, continuou o presidente.

Refinarias e refino

Prates disse também que a Petrobras não fará novas refinarias, mas aumentará o refino. “Se a gente colocar uma refinaria hoje nova de 300, 400 mil barris de capacidade de refino, ela vai ter uma vida útil de 15 anos. Então não se paga. Há uma dificuldade de se imaginar um mastodonte desses hoje em dia. O aumento da capacidade de refino está dentro das atuais refinarias e elas estão sendo adaptadas para o futuro, ou seja, para usar matéria-prima biológica”, afirmou.

De acordo com ele, a companhia vai trabalhar para disputar mercado. “O que nós jamais vamos fazer é abrir mão de mercado para importador com preço mais caro. Sempre que puder fazer o preço mais barato, farei. Se houver alguma acusação no sentido de concorrência, será enfrentada com defesa cabal e normal”, acrescentou.