São Paulo – Chegou ao fim o 56° Festival Folclórico de Parintins. A maior festa popular dos povos da floresta consagrou o bumbá Caprichoso como vencedor deste ano. A associação folclórica levou à cidade amazônica o tema “O Brado do Povo Guerreiro”. Então, o Touro Negro garantiu seu 25° título. A apuração acabou no fim da tarde de hoje (3) no Bumbódromo Centro Cultural de Parintins (AM).

Foram três dias de apresentações. No primeiro, o Caprichoso levou o subtema “Ancestralidade: A Semente das Nossas Lutas”. Em foco, as raízes dos povos resistentes, indígenas, quilombolas, entre outros de todos os cantos do país. Já no segundo dia, o tema subtema foi “Resistência: A Força da Nossa Existência. O grupo seguiu com a temática das lutas por sobrevivência dos diferentes povos.

Como as narrativas literárias, a apresentação é dividida em três atos. No ato final, “Revolução: a consagração pelo saber popular”, o bumbá aqueceu o público da cidade, a 369 quilômetros de Manaus, acessível apenas por barco ou avião. O caminho até lá, da capital amazonense, leva 18 horas rio abaixo e 30 horas no regresso. Durante os três dias, mais de 120 mil pessoas acompanharam esta que é uma das maiores manifestações culturais do Brasil.

A competição

O Festival de Parintins começou em 1965, e sua primeira edição ocorreu no ano seguinte. Já na época, os dois bumbás, Caprichoso e Garantido, disputavam as paixões amazonenses. Em 55 edições, o Garantido saiu 32 vezes vitorioso. Apenas em 2000, houve um empate entre as associações folclóricas. Neste ano, o Garantido apresentou o tema “Garantido Por Toda a Vida”.

“O festival em 2022, movimentou mais de R$ 10 milhões na economia local. Vale salientar que 6,3% do PIB nacional é proveniente da Cultura. Ou seja, investir na cultura é um bom negócio: gera emprego e renda, leva entretenimento e fortalece os movimentos identitários da nossa cidade. O #SouManaus é o segundo maior do Brasil em multiculturalidade e agora estamos trabalhando para ele trazer economicidade para a gestão”, explica o diretor-presidente do Departamento de Cultura de Manaus (Manauscult).