Presidente da Eletropaulo atribui apagões em São Paulo ao vento

Deputados estaduais cogitam levar denúncia ao Ministério Público e à Aneel

São Paulo – O presidente da Eletropaulo, Britaldo Pedrosa Soares, apontou os ventos comuns à esta época do ano pelos “apagões” ocorridos nos últimos meses em São Paulo. Ele participou, nesta terça-feira (22), de uma reunião na Comissão de Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa de São Paulo. A audiência foi motivada por falhas na distribuição de energia elétrica verificadas com mais frequência a partir de junho, mas que se arrastam desde 2009, segundo a Fundação Procon.

Sobre as críticas dos parlamentares da oposição e até da base aliada do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em relação ao mau atendimento da concessionária, Soares se esquivou. “Tivemos a ocorrência no início de junho, que realmente foi um período mais delícado, em virtude de um ciclone extratropical que afetou São Paulo e os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro”, disse.

Antes, ele enumerou os investimentos previstos pela empresa para os próximos anos. No total, serão R$ 740 milhões para evitar esse tipo de problema, segundo Soares. “Aumentamos o número de turmas, estamos aportando tecnologia na rede elétrica para enfrentarmos melhor os eventos climáticos e reduzir a duração das interrupções”, disse o presidente da companhia.

O deputado estadual Antonio Mentor (PT) criticou as explicações de Soares a respeito da piora no atendimento à população. “A evolução do lucro da empresa nos últimos cinco anos demonstra que o compromisso que eles têm com a melhoria da qualidade dos serviços não está sendo atendida”, e completou afimando que “as explicações que o presidente Britaldo trouxe à Assembleia deveriam vir acompanhadas de medidas efetivas.”

Mentor ainda comentou que a Comissão de Fiscalização e Controle irá prosseguir com investigações com funcionários da companhias de energia elétrica. “Ao final, vamos estudar uma medida da comissão, que pode ser uma representação no Ministério Público, ou uma denúncia à Aneel (agência reguladora nacional do setor)”, disse.

O deputado também observou que os problemas do setor persistem há anos. “Desde 1998, quando ocorreu o leilão que privatizou a Eletropaulo, nós temos críticas duras a esse processo nebuloso e muito questionável”, afirmou.

Soares concordou com parte das críticas e assegurou melhoras. “As preocupações colocadas pelos deputados estão totalmente alinhadas com aquilo que nós estamos fazendo, ou seja, uma tônica da melhoria da qualidade no atendimento, uma demanda da sociedade”, garantiu.