São Paulo – Agentes da Polícia Federal (PF) chegaram neste sábado (29) ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com Thiago Brennand. Ele é acusado de crimes de tortura, estupro, lesão corporal, abandono material de incapaz, constrangimento ilegal para fins sexuais e assédio sexual contra mulheres. Neste domingo (30), o réu foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros. Pesam contra ele cinco mandados de prisão preventiva.

Thiago Brennand estava foragido nos Emirados Árabes Unidos e foi extraditado após tratativas com o governo brasileiro. “Notório agressor de mulheres já no Brasil, trazido pela Polícia Federal, depois de ter fugido do nosso país. Vitória da Justiça sobre a impunidade. Parabéns a todos da nossa equipe e de outros órgãos, que efetivaram a cooperação jurídica internacional. Que o fato sirva de mensagem contra outros agressores”, afirmou, via twitter, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

Polícia Federal e detenção

Herdeiro de família rica de Pernambuco, Brennand desceu algemado do avião e foi escoltado diretamente para a superintendência da PF na Zona Oeste de São Paulo, onde passou a noite por conta do horário em que chegou ao país. Na manhã de domingo (30), foi submetido a exame de corpo de delito e encaminhado a audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda. Teve mantida a ordem de prisão preventida, sendo levado ao CPD.

Oito processos criminais

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, Thiago Brennand é réu em pelo menos 8 processos criminais. Ele teve prisão preventiva decretada em cinco deles. Além das agressões e estupros contra mulheres, é investigado por agredir o filho e por possuir uma coleção de armas ilegais.

Os casos envolvendo Thiago Brennand ganharam notoriedade após a divulgação de imagens da câmera de segurança de uma academia em São Paulo. Nelas, é flagrado agredindo uma modelo. Em decorrência deste episódio, a Justiça paulista determinou a prisão dele.

Lista da Interpol

O empresário chegou a ser preso em outubro, em Abu Dhabi, mas acabou solto após pagar fiança. Depois de tratativas do governo brasileiro, os Emirados Árabes Unidos concordaram em extraditar o empresário, após ele ter sido incluído na difusão vermelha da Interpol.

Brennand foi preso novamente em 17 de abril, após serviços de inteligência do país do Oriente Médio identificarem um plano em que ele pretendia fugir para a Rússia. Uma equipe composta por um delegado e dois agentes da PF foram aos Emirados Árabes Unidos para trazer o brasileiro. Um escrivão treinado em artes marciais também foi mobilizado, diante do histórico violento do preso.

Perseguido?

A defesa de Brennand pleiteia na Justiça a revogação da prisão preventiva do empresário, alegando que ele pretende colaborar com as investigações. Além das agressões e estupros, ele deve responder por crimes como cárcere privado e lesão corporal, por ter obrigado uma mulher a tatuar seu nome. Ele alega inocência e se diz perseguido.

Com informações da Agência Brasil. Atualizado às 13h02