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Sem internet, Justiça adia audiências sobre acusados da morte de Bruno e Dom

Justiça Federal conseguiu ouvir seis das 12 testemunhas da fase de instrução, última etapa do processo antes de o juiz decidir se o caso vai a júri popular

Reprodução / Redes Sociais
Reprodução / Redes Sociais
Dom Phillips e Bruno Pereira foram mortos em junho do ano passado, nas proximidades da Terra Indígena do Vale do Javari, no Amazonas

São Paulo – As audiências de instrução que vão permitir decidir se os acusados do assassinato do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips irão a júri popular, e que deveriam ser concluídas nesta quarta-feira (22), em Tabatinga (AM), foram adiadas. Problemas na conexão com a internet levaram a Justiça Federal a adiar o fim dessa etapa do processo, e ainda não foi definida nova data.

A Vara Federal em Tabatinga conseguiu ouvir seis das 12 testemunhas previstas para as audiências de instrução, que são uma das últimas etapas processuais antes da decisão do juiz sobre encaminhar ou não o caso a júri popular.

As audiências foram realizadas entre esta segunda (20) e quarta-feira (22), e em todos os dias houve problemas técnicos para a oitiva virtual das testemunhas.

Para hoje estava previsto o interrogatório de três réus: Amarildo da Costa Oliveira, Oseney Costa de Oliveira e Jeferson da Silva Lima, que estão detidos em presídios federais de Catanduvas, no Paraná, e de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

Em nota, a Vara Única da Subseção Judiciária de Tabatinga informou que houve atrasos nos três dias de audiências. Nesta quarta-feira, o juiz encerrou a audiência após aguardar a normalização da conexão, por duas horas, sem sucesso. Com isso, ainda ficam pendentes as oitivas de algumas testemunhas.

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Segundo a nota, parte das testemunhas está sendo ouvida presencialmente e parte, de modo remoto. “Os réus participam dos atos por videoconferência e serão interrogados após a oitiva de todas as testemunhas, conforme determina a lei”, finaliza a nota.

Contra crimes socioambientais

Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos em junho do ano passado, nas proximidades da Terra Indígena do Vale do Javari, no Amazonas. Eles articulavam um trabalho conjunto para denunciar crimes socioambientais na região do Vale do Javari, onde há a maior concentração de povos isolados e de contato recente do mundo. Dom Phillips pretendia, inclusive, publicar um livro sobre as questões que afetam o território e fazia apurações das informações, na época.

Na Terra Indígena Vale do Javari, encontram-se 64 aldeias de 26 povos e cerca de 6,3 mil pessoas.


Com informações da Agência Brasil e Folha de S.Paulo