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‘Que ele pague pelo que fez’, diz vítima de assédio em Fortaleza

Nutricionista relatou sentimentos de raiva, impotência e tristeza pelo fato de as mulheres não estarem seguras em nenhum lugar, nem no próprio local de trabalho

Reprodução
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"Não acreditei naquela situação, eu estava num prédio comercial, terminando meu expediente"

São Paulo – A nutricionista Larissa Duarte foi vítima de assédio sexual no elevador de um prédio comercial, seu local de trabalho, em Fortaleza. As câmeras de segurança flaglaram o momento em que um desconhecido passou a mão em suas nádegas enquanto ela descia do elevador. Ela denunciou o crime à Polícia Civil e, pelas redes sociais, disse que está tomando todas as medidas judiciais para evitar que o caso fique impune.

Nesta terça-feira (19), em entrevista à TV Verdes Mares – afiliada da Rede Globo –, Larissa se pronunciou pela primeira vez sobre o caso. “Que ele pague pelo que fez e sirva de exemplo para outros homens não fazerem o que bem entenderem. É isso que quero passar para outras mulheres, para denunciar, expor a situação”, afirmou.

Após apalpar a jovem de 25 anos, o agressor fechou a porta do elevador e depois saiu correndo pela garagem do edifício. Larissa disse que ficou sem reação. Posteriormente, as câmeras de segurança registraram a placa do carro do assediador, o que possibilitou identificá-lo.

O assedio aconteceu em 15 de fevereiro. No entanto, as imagens da agressão viralizaram nas redes sociais nos últimos dias, causando revolta entre os internautas. O agressor é Israel Leal Bandeira, consultor em uma empresa de investimento. Em nota, a M7 Investimentos informou que o assediador foi afastado, “de imediato e em definitivo”.

“Eu não acreditei naquela situação, eu estava num prédio comercial, terminando meu expediente, indo embora, em um prédio cheio de câmeras, e aconteceu isso. Eu chamei ele, num primeiro momento, de ‘louco’, fiquei sem reação, sem acreditar. Veio também o sentimento de raiva, de impotência, de tristeza por não estar segura em nenhum momento”, disse a vítima.

Investigação

Larissa registrou boletim de ocorrência na mesma data. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Ceará afirmou que a Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza investiga o caso como crime contra a dignidade sexual, que estabelece pena de três a seis anos de prisão em caso de condenação.

Ainda antes de falar com a imprensa, a vítima também publicou nota, nas redes sociais, por meio dos seus advogados, exigindo justiça. “Ressalto que, em nome de tantas outras mulheres que são, diariamente, vítimas de situações como essas, não quero (e nem vou) deixar essa situação impune! Por isso, todas as medidas judiciais (cíveis e criminais) já estão sendo tomadas para que esse indivíduo não fique impune e que, consequentemente, seja feita justiça!”, escreveu a nutricionista.