São Paulo – A Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPE-SP) homologou concurso com 70 novas vagas preenchidas, sendo quase 40% relacionadas a políticas afirmativas. No total, foram aprovadas 88 pessoas, sendo 55 na lista geral, 27 pessoas negras indígenas, cinco com deficiências e duas pessoas trans. Um candidato figurava em duas listas.

Assim, das 70 vagas previstas no edital deste que foi o nono concurso da Defensoria, 44 são de ampla concorrência, 21 para negros e indígenas, quatro para pessoas com deficiência e uma para pessoas trans.

“Trata-se do concurso público da esfera jurídica com o maior número de vagas preenchidas na esteira das políticas afirmativas. Também é o primeiro concurso público do país, não só na esfera jurídica, a assegurar a aprovação de pessoas trans em vagas reservadas para esse grupo”, afirmou o corregedor-geral da DPE-SP, Davi Depiné. O concurso foi homologado na última sexta-feira (5) pelo Conselho Superior da instituição.

Marco em São Paulo

“Esse concurso é um marco para a Defensoria de São Paulo”, disse a defensora pública Juliana Belloque, que presidiu a banca examinadora. “A diversidade vai fortalecer ainda mais a Defensoria na sua missão de promoção dos direitos humanos e superação das desigualdades. Estou certa de que este grupo de novos defensores enriquecerá muito a instituição, que precisa do reforço em seu quadro de defensores para atender a população carente”, acrescentou.

A própria banca teve paridade de gênero, além de participações de 20% de pessoas negras ou indígenas e de 5% de pessoas com deficiência. O conteúdo do concurso também incluiu temas como racismo, relações de gênero, diversidade sexual e capacitismo.

Mesmo sendo um órgão estadual, a Defensoria Pública não é ligada ao governo. Até a realização do concurso, havia 790 profissionais atuando em 66 unidades, em 44 cidades.