No banco dos réus

Justiça espanhola marca para 5 a 7 de fevereiro julgamento de Daniel Alves, acusado de agressão sexual

Daniel Alves está preso desde 20 de janeiro, acusado de ter estuprado uma mulher de 23 anos na boate Sutton, em Barcelona, em dezembro do ano passado. Se condenado, o ex-jogador pode responder a penas de prisão de 4 a 15 anos

Lucas Figueiredo/CBF
Lucas Figueiredo/CBF
À Justiça, a advogada da mulher que acusa o brasileiro pede a condenação por 12 anos de prisão

São Paulo – O julgamento do ex-jogador de futebol Daniel Alves, acusado de assédio e agressão sexual, ocorrerá entre 5 e 7 de fevereiro, às 10h, no horário local – (6h no horário de Brasília). As datas foram determinadas, nesta quarta-feira (20), pela Justiça de Barcelona, na Espanha. De acordo com jornais locais, ainda não há informações se a audiência será totalmente aberta ao público e à imprensa, se parcialmente aberta ou totalmente fechada.

O depoimento da suposta vítima, contudo, será tomado sem presença da imprensa, conforme afirmou a acusação ao portal UOL. O objetivo é evitar que o nome e o rosto da denunciante sejam expostos. Daniel Alves, por sua vez, prestará depoimento já no primeiro dia de julgamento. Ainda no dia 5, acusação e defesa também devem apresentar perguntas prévias e realizar a leitura dos documentos. No dia seguinte será a vez da denunciante e das testemunhas. A audiência conclui com a exibição de provas periciais, conclusões e informes finais. Cumpridas as etapas, o ex-lateral-direito poderá falar mais uma vez.

Na Espanha, as denúncias de estupro são investigadas sob a acusação geral de agressão sexual. Se condenado, Daniel Alves pode responder a penas de prisão que podem ir de 4 a 15 anos. À Justiça, a advogada da mulher que acusa o brasileiro pede a condenação por 12 anos de prisão. O pedido foi enviado no dia 5 de dezembro.

Relembre o caso

Daniel Alves está preso, desde 20 de janeiro, em Barcelona, acusado de agredir sexualmente uma mulher de 23 anos no banheiro da boate Sutton, na cidade espanhola. Em depoimento, a vítima relatou ter sido chamada e trancada no local pelo ex-jogador. Em seguida, ele teria “batido na cara” da jovem até consumar o ato de violência sexual. 

As imagens das câmeras de segurança da boate, que vêm sendo investigadas, mostram que a mulher ficou por cerca de 15 minutos no banheiro. Ela só deixa o local depois do brasileiro, visivelmente fragilizada. Depois de conversar com as amigas, a mulher denuncia Daniel Alves aos seguranças da casa noturna. Ela também passou por exames médicos no Hospital Clinic – que, de acordo com a imprensa espanhola, detectaram a presença de sêmen em seu vestido e também lesões causadas por agressões.

Preso preventivamente, Daniel Alves mudou sua versão pelo menos três vezes.  Ele primeiro se contradisse em depoimento, ao afirmar ao Tribunal de Justiça da Catalunha que desconhecia a mulher. Dois dias depois, o jogador afirmou, porém, que houve a relação, mas, segundo ele, consensual. Ele argumentou ter mentido em um primeiro momento para ocultar a relação extraconjugal da esposa, a modelo espanhola Joanna Sanz, que posteriormente pediu a separação. Na última versão, o ex-jogador reconheceu que houve penetração, mas repetiu que a relação foi consensual, o que a suposta vítima nega.

Leia também: