Preso por estupro

Em novo depoimento, Daniel Alves alega ‘relação consensual’ desmentida por evidências periciais

Em depoimento à justiça espanhola, jogador volta a negar acusações de estupro, diz que houve química mas que a denúncia pode ter sido movida pela frustração da vítima devido à falta de carinho

Lucas Figueiredo/CBF
Lucas Figueiredo/CBF
Jogador disse à Justiça que distorceu fatos para tentar salvar seu casamento com modelo espanhola. Não funcionou

São Paulo – O jogador Daniel Alves voltou a negar a acusação de estupro em novo depoimento à Justiça espanhola nesta segunda-feira (17). Em sua versão, disse que “houve química” e que foi consensual a relação com uma jovem de 23 anos em uma boate em Barcelona, em 30 de dezembro. O brasileiro afirmou que houve uma relação sexual, “consentida por ambas as partes”. Em versões anteriores, ele disse primeiro que não houve relação sexual. Depois, que limitou-se a sexo oral.

Conforme a imprensa espanhola, Alves enfatizou que é “respeitoso” na relação com as mulheres e não toma a iniciativa se não perceber “tensão sexual”. E que ao verificar uma “química”, teria proposto à jovem que os dois fossem para um local mais reservado.

Disse também que tudo o que ocorreu dentro do banheiro da boate foi um “ato livre e voluntário”, que ele e a jovem “fizeram amor” e que a jovem que o acusa “não pediu para ele parar”.

Ainda segundo os jornais espanhois, na avaliação do jogador a vítima o teria denunciado por ter se sentido “ofendida ou irritada”. O motivo seria seu pedido de discrição, ou seja, para que não saíssem juntos do local. E também porque ele não teria sido atencioso ou carinhoso com ela.

Indícios desmentem Daniel Alves

Sejam quais forem os motivos da jovem, o fato é que a versão de Daniel Alves é oposta à da acusadora. E desmentida pelas evidências coletadas pela polícia. A própria boate Sutton atendeu à vítima e chamou uma ambulância, que a levou para um hospital referência no atendimento a casos de abusos sexuais.

Um exame médico realizado apontou que ferimentos leves, inclusive no joelho, compatíveis com uma “luta” que teria sido travada com o jogador de futebol, para tentar evitar o ato sexual. Ou seja, o relatório respalda a narrativa da jovem. Em sua versão, sustenta que Daniel Alves a “agarrou pela nuca, não sei se também pelos cabelos e me jogou no chão, machuquei o joelho”.

A versão apresentada nesta segunda-feira coincide com a do advogado Cristóbal Martell, em 16 de fevereiro. Na ocasião, foi julgado recurso para que o jogador aguardasse em liberdade o desenrolar do processo. Os juízes da Audiência Provincial de Barcelona, porém, decidiram pela continuidade da prisão do brasileiro. Eles levaram em consideração o número de indícios e o risco de fuga para o Brasil, prejudicando o processo. Ainda não há data para o julgamento do caso pela Justiça Espanhola.

No depoimento de hoje o jogador alegou motivos pelos quais distorceu os fatos no primeiro depoimento. Segundo ele, queria proteger sua relação com a modelo Joana Sanz, o que não funcionou. Em março, ela anunciou ter se separado.

Redação: Cida de Oliveira


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