Poderia fugir

Justiça da Espanha mantém prisão preventiva de Daniel Alves

Tribunal rejeita recurso da defesa por considerar “alto risco de fuga” e “graves” indícios do crime. Jogador é acusado de estuprar uma jovem de 23 anos em uma boate badalada de Barcelona em 30 de dezembro

Lucas Figueiredo/CBF
Lucas Figueiredo/CBF
Para os juízes, "nada impediria" Daniel Alves de sair de Espanha por "via aérea ou marítima ou mesmo terrestre sem documentação" para chegar ao Brasil

São Paulo – A Justiça da Espanha negou nesta terça-feira (21) recurso da defesa de Daniel Alves e manteve a prisão preventiva. O jogador é acusado de estuprar uma jovem de 23 anos em uma boate de Barcelona em 30 de dezembro. Para a decisão, o tribunal alega “alto risco de fuga” e “graves” e “diversos” indícios do crime.

Daniel Alves foi detido em 20 de janeiro, após audiência. A defesa tentou reverter a prisão preventiva e propôs medidas alternativas à prisão. É o caso de pagamento de fiança, retirada do passaporte, porte de pulseira eletrônica ou comparecimento aos tribunais quando solicitado.

Segundo os magistrados, pesaram na decisão os argumentos do Ministério Público e dos advogados da jovem, que apontam o “alto risco de fuga” do jogador devido à sua vultuosa “capacidade financeira”. Isso permitiria ao jogador “sair da Espanha a qualquer momento”.

Justiça considera provas contra Daniel Alves

Além da facilidade de fuga, há outros fatores apontados na investigação. Ou seja provas incriminatórias decorrentes não só do depoimento da vítima, mas também de outras testemunhas. E provas médico-legais e científicas, entre outras. O processo judicial está em um estágio avançado.

Para os juízes, “nada impediria” Daniel Alves de sair de Espanha por “via aérea ou marítima ou mesmo terrestre sem documentação” para chegar ao Brasil. Eles acreditam que o jogador não seria entregue às autoridades da Espanha nem mesmo com ordens internacionais de detenção. Isso porque não há tratado de extradição entre os dois países.

Além disso, a imposição de fiança, por maior que seja, não implica em “vinculação” de Daniel Alves ao processo judicial devido ao seu “grande patrimônio”.

Daniel Alves ‘continua inocente’, diz advogado

O advogado de Daniel Alves, Cristóbal Martell, disse que seu cliente “continua tão inocente” como o era no início do processo e insistiu que o jogador não pretende deixar a Espanha. E criticou a decisão, que chamou de “assimétrica”, por, segundo ele, usar como provas apenas declarações do boletim de ocorrência.

Daniel Alves é acusado de um estupro que teria ocorrido na noite de 30 para 31 de dezembro, em numa badalada casa noturna de Barcelona. A agressão teria ocorrido quando a jovem, cuja identidade não foi revelada, foi levada para um banheiro.

jogador negou e depois caiu em contradição

Logo após, ela relatou o episódio aos seguranças da casa noturna, que chamaram a polícia da Catalunha. Naquela madrugada, a denunciante formalizou a denúncia de assédio sexual.

Quando o caso veio a público, Daniel Alves negou a acusação. Em entrevista, disse que não conhecia a jovem que o acusa, mas admitiu estar na boate naquela data. Mas caiu em contradição ao longo da investigação até admitir o ato sexual, que chamou de consensual, o que a vítima nega.


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