São Paulo – O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou hoje (20) reforço na Segurança Pública do Rio Grande do Norte. Ele está em Natal desde ontem para acompanhar a crise local. Desde o dia 14 deste mês, autoridades registraram 252 ataques de criminosos contra a população, prédios públicos, comércios e veículos. Dino assegurou um valor de R$ 100 milhões em investimentos no estado, sem contar com o reforço no aparato de segurança que envolve a Força Nacional e, pelo menos, 700 policiais de forças federais.

Dino disse que “há um controle progressivo” da situação no estado, e que as taxas dos crimes “estão em declínio”. “A situação de ontem não é ainda a que nós desejamos e vamos conseguir o controle total, mas é muito melhor que a de dois, três dias atrás. Saímos de centenas de ataques para menos de dez”, completou.

Com as verbas extras, o governo federal e o Executivo local pretendem ampliar investimentos em penitenciárias e dobrar o número de viaturas alugadas no Rio Grande do Norte. Além disso, recursos serão alocados nas polícias Civil e Científica para infraestrutura, incluindo câmeras e aparelhos de raio-x.

“Estamos assumindo os custos de obras [previstas] para a polícia científica. Essas despesas serão assumidas pelo governo federal. Dessa forma, vamos liberar o governo estadual para fazer investimentos em viaturas e armas”, disse Dino, em coletiva concedida hoje, ao lado da governadora, Fátima Bezerra (PT).

Uso da força

Enquanto a situação não estiver completamente sob controle, Dino afirma que as forças federais permanecerão no estado. “Por algumas semanas, enquanto a governadora achar necessário”, explicou. Fátima, por sua vez, disse que pediu para prorrogar “a presença da Força Nacional no RN o tempo que for necessário para que a gente possa trazer a paz e a normalidade”.

Em contrapartida, Dino reforçou que não há previsão de utilizar o mecanismo legal da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A GLO prevê, entre outras medidas, a convocação das Forças Armadas. “Se for necessário GLO, quem vai pedir é a governadora, e claro que vamos atender. Ou seja, não há uma posição ideológica, nem no sentido de fazer amanhã, nem no sentido de rejeitar. Isso é uma decisão técnica”, finalizou Dino.