Ditadura

Comissão da Verdade catarinense vai propor que Estado peça desculpas formais

Colegiado recomendará capacitação de professores estaduais para divulgar fatos ocorridos durante o regime autoritário. E vai solicitar 'devolução' de mandatos de sete deputados cassados

São Paulo – A Comissão da Verdade de Santa Catarina, que leva o nome de Paulo Stuart Wright (deputado cassado e irmão do pastor presbiteriano James Wright), apresentou no início da semana o seu relatório final, depois de um ano e quatro meses de trabalho. E informou que vai recomendar que o Estado apresente desculpas formais sobre atos contra os direitos humanos promovidos de 1964 a 1988. Segundo o colegiado, foram realizadas 694 prisões de cunho político em Santa Catarina. Também ficou constatado, por meio de perícia da comissão nacional (CNV), o assassinato, em 1969, do ex-prefeito de Balneário Camboriú Higinio Pio (PSD). A versão oficial é de suicídio.

Segundo o coordenador da comissão catarinense, Anselmo Machado, será feita uma recomendação ao governo estadual no sentido de capacitar os professores da rede pública sobre os atos ocorridos no país durante a ditadura. “É uma face da história que está sendo apagada. Os nossos jovens precisam conhecê-las para que não se esqueça e para que nunca mais aconteça”, afirmou.

Uma solicitação será feita à Assembleia Legislativa no sentido de “devolver” o mandato de sete deputados estaduais cassados durante aquele período. O relatório, de 46 páginas, deve estar disponível em breve no site do Legislativo, juntamente com depoimentos gravados e transcrições.

 

Com informações da Agência AL (da Assembleia Legislativa de Santa Catarina)