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Secretário se diz ‘confiante’ na inocência de manifestante preso em São Paulo

Titular da pasta municipal de Direitos Humanos, Rogério Sottili visitou Fábio Hideki no presídio de Tremembé, no interior do estado. 'Tachá-lo como black bloc não dialoga com a realidade'

Gerardo Lazzari/Arquivo RBA

Sottili afirma que Hideki ‘deve ser julgado o quanto antes’, e confia que justiça irá ‘desfazer equívoco’

São Paulo – Após visitar ontem (1º) o ativista Fábio Hideki no presídio de Tremembé (SP), a 150 quilômetros da capital, o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Rogério Sottili, afirma estar “confiante” na inocência do jovem. “Conversando com ele, dá para perceber que é um pacifista”, relata, assegurando que Hideki jamais participou de quebra-quebras durante protestos.

“Tachá-lo como black bloc não dialoga com a realidade”, defende Sottili, ao considerar que “não tem o menor sentido” afirmar que Hideki carregava explosivos na mochila. “Ele disse que não”, pontua. “Me falou que é contra a violência e a depredação, e que ia aos protestos porque acha importante ir às ruas para se manifestar.” O secretário relata que Hideki usa capacete para se proteger durante os protestos. “Não há nada de errado, e isso não pode ser usado para condená-lo.”

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De acordo com Sottili, o ativista está “fisicamente bem” e falou que tem sido respeitado no presídio de Tremembé, tanto pelos funcionários da carceragem como pelos demais detentos. “Ele me disse: ‘Rogério, bem eu estaria em casa, na rua, mas não estou sendo maltratado aqui’”, conta o secretário. “Está muito esperançoso de que haja uma decisão positiva em relação ao habeas corpus, e está muito consciente de sua inocência.”

O titular dos Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo é a primeira autoridade da administração pública municipal, estadual ou federal que visita Hideki na penitenciária. “Fiz isso porque recebi vários pedidos de advogados, amigos e familiares. E também porque é atribuição da minha pasta saber como se encontra Hideki e ouvir o que ele tem a dizer.” Antes, o deputado estadual Adriano Diogo (PT) havia ido a Tremembé tomar ciência da situação do jovem.

Hideki foi detido por policiais civis durante protesto contra a Copa do Mundo em 23 de junho. Agentes abordaram o rapaz nas escadarias da estação Consolação do Metrô, que fica na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta, na região central de São Paulo. Preso desde então, o ativista é acusado por resistência, desobediência, incitação ao crime, porte de artefato explosivo e associação para o crime. A polícia afirma que Hideki é líder dos black blocs, e que carregava uma bomba caseira na mochila.