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Metrô de São Paulo promete informações a associação que lucra com valorização imobiliária

Em reunião, presidente de companhia estadual de transporte promete dados sobre planejamento, modelos de implementação e infraestrutura. Contrapartida é fornecimento de tendências de mercado

José Luis da Conceição. Palácio dos Bandeirantes

A definição dos locais de futuras estações do Metrô provoca alta dos preços no entorno, o que favorece as empresas reunidas no Secovi

São Paulo – A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e o Secovi, a associação de empresas do setor imobiliário, irão passar a trocar informações, afirmaram na tarde de hoje (10) os presidentes das duas entidades, Peter Walker e Claudio Bernardes. Walker esteve na sede do Secovi apresentando detalhes sobre os planos de expansão do sistema metroviário.

Bernardes detalhou que o Metrô irá fornecer informações sobre planejamento, modelos de implementação de curto e médio prazo, detalhes da pesquisa Origem/Destino e o critério de capacidade de suporte de infraestrutura. Em contrapartida, o Secovi irá fornecer informações sobre tendência de crescimento e de vetores de desenvolvimento do mercado.

“O intercâmbio de informações e reuniões periódicas para discutir farão que o desenvolvimento da cidade seja muito mais orientado com o transporte e, com isso, otimizada a questão da mobilidade. O que eu acho um fator extremamento importante”, afirmou. O Secovi reúne as empresas de compra, venda e locação de imóveis. São corporação diretamente beneficiadas pela definição de locais de estações de metrô, que tradicionalmente valorizam o preço do metro quadrado no entorno.

Segundo Walker, o Metrô já passa todos os dados necessários, conforme determina a Lei de Acesso à Informação. Mas fez ressalva de que essas informações são “formais”, e ressaltou a importância de diálogo permanente com o setor imobiliário. “O que nós precisamos é de um trabalho de tempo em tempo, de semana em semana, para que haja um trabalho em conjunto e essa experiência seja levada para dentro do Metrô”, disse.

Walker afirmou que todas as cinco estações em construção da Linha Amarela – Higienopolis, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia – serão entregues até setembro de 2014. Atualmente, o metrô de São Paulo tem 74 quilômetros e 67 estações. O projeto é que em 2021 sejam 249 quilômetros.

O presidente da companhia também afirmou ser contrário ao funcionamento do metrô por 24 horas, como pede o Projeto de Lei 621, de 2011, de autoria do deputado Luiz Cláudio Marcolino (PT), em tramitação na Assembleia Legislativa. Segundo ele, isso impediria a realização da manutenção e a implantação de sistemas de modernização. “Eu fui contra isso o tempo todo”, afirmou.

Para ele, a construção de linhas paralelas para que alguns trens pudessem circular enquanto outros passassem por manutenção não se “justifica em uma cidade como São Paulo”. “O que acontece é que você não tem demanda para justificar o que está gastando em pessoal, equipamento, energia. Toda estação precisa ter todo mundo lá, toda estação precisa ter segurança, pessoal de orientação, primeiros socorros para atender uma demanda baixa”, explica.