MST denuncia milícias armadas e grilagem no PA

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Pará prepara um ato em protesto contra a demora no assentamento das 2 mil famílias acampadas no estado e por obras […]

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Pará prepara um ato em protesto contra a demora no assentamento das 2 mil famílias acampadas no estado e por obras de infraestrutura em áreas de reforma agrária já existentes. Os agricultores acusam proprietários de grandes áreas de grilar terras e usar milícias armadas para intimidar famílias sem terra.

Segundo o movimento, quatro pessoas foram sequestradas por milícias financiadas por latifúndiários e pelo agronegócio na semana passada. Outros 18 trabalhadores foram baleados por ações desses grupos, ainda segundo o MST.

Mesmo às vésperas do início dos trabalhos da Comissão Parlamenter Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso voltada a investigar os convênios entre o poder público e cooperativas e associações ligadas ao movimento, o MST mantém protestos.

O movimento acusa inclusive o grupo Santa Bárbara, de propriedade do grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. A Fazenda Maria Bonita está ocupada desde julho de 2008 por 450 famílias e seria grilada, segundo estudo do Instituto de Terras do Pará (Iterpa).

“A retomada das terras griladas está parada e os latifundiários estão utilizando milícias armadas para intimidar as famílias Sem Terra”, denuncia integrante da coordenação nacional do MST, Maria Raimunda. “O grupo do Daniel Dantas está usando milícias armadas e irregulares para ameaçar os trabalhadores”, afirma Maria Raimunda.

No local onde ocorreu, em abril de 1996 o Massacre de Eldorado dos Carajás, chamada de Curva do S, 300 famílias concentram-se desde a manhã desta quarta-feira (4). Elas pretendem permanecer no local até o dia 13 de novembro, para forçar negociações. Um ato pacífico foi realizado na sede da Fazenda Santa Bárbara, seguido de protesto na rodovia PA-150. No município de Sapucaia, cerca de 250 famílias fizeram um ato na sede da fazenda Rio Vermelho, que tem parte ocupada desde 2006.