MST nega depredação de fazenda de Dantas

Ruralistas pressionam a governadora Ana Júlia Carepa (PT) por mais reintegrações de posse (Foto: Elcimar Neves/Agência Pará-Divulgação) A coordenação estadual do Pará do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) […]

Ruralistas pressionam a governadora Ana Júlia Carepa (PT) por mais reintegrações de posse (Foto: Elcimar Neves/Agência Pará-Divulgação)

A coordenação estadual do Pará do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nega a depredação da Fazenda Maria Bonita na região de Eldorado dos Carajás. De propriedade do grupo Santa Bárbara, de propriedade do banqueiro Daniel Dantas, a fazenda é ocupada desde julho de 2008 e foi palco de um ato de protesto contra a demora para a realização de assentamentos de reforma agrária.

Segundo a Polícia Civil, houve detratores e equipamentos foram destruídos por ativistas do movimento, gerando prejuízos de R$ 3 milhões. Em outro local, a fazenda Rio Vermelho, há referências a prejuízos de R$ 200 mil. Um batalhão da tropa de choque da Polícia Militar de Belém (PA) foi enviada ao local.

“Fizemos protestos pacíficos para cobrar a retomada das áreas griladas, não houve destruição nem depredação”, defende-se Maria Raimunda César, integrante da coordenação nacional do MST, em nota divulgada pelo movimento. “Os latifundiários querem estigmatizar os nossos protestos como violentos para impedir as lutas sociais e manter suas terras griladas”, completa.

A ativista questiona a autenticidade das imagens da fazenda divulgadas. Ela sugere que não há provas de que o protesto das 450 famílias que mantêm a ocupação tenham sido responsáveis pelos danos.

O MST acusa a empresa agropecuária de usar milícias armadas e irregulares para ameaçar trabalhadores. Consideram ainda que a área é grilada segundo análise do Instituto de Terras do Pará (Iterpa). Quatro pessoas teriam sido sequestradas por milícias financiadas por grandes proprietários rurais e 18 trabalhadores baleados por esses grupos.

A União Democrática Ruralista (UDR) pressiona a governadora do estado, Ana Júlia Carepa (PT), a cumprir sentenças de reintegração de posse e ameaçam mover ações judiciais para cobrar pelos prejuízos alegados.

Desde quinta-feira (5), a Secretaria de Estado de Segurança Pública promove uma força tarefa para cumprir 14 mandados de reintegração de posse em 10 dias em cinco municípios da região do Baixo Tocantins, no nordeste do estado. As áreas reintegradas ficam em Barcarena, Abaetetuba, Moju, Tailândia e Baião.

A Operação “Baixo Tocantins” mobilizou 150 homens da PM e deve se estender até dia 15. O governo afirma ter cumprido 70 mandados de reintegração de posse em dois anos.