Congresso do Paraguai pressiona Lugo com Estado de exceção no norte do país
Segundo analistas, Lugo pode ser responsabilizado politicamente caso o EPP não seja desmantelado em 60 dias (Foto: José Cruz/ Arquivo Agência Brasil) São Paulo – Para pressionar o governo do […]
Publicado 06/10/2011 - 15h59
Segundo analistas, Lugo pode ser responsabilizado politicamente caso o EPP não seja desmantelado em 60 dias (Foto: José Cruz/ Arquivo Agência Brasil)
São Paulo – Para pressionar o governo do presidente paraguaio Fernando Lugo, o Congresso do país aprovou nesta quinta-feira (6) que se adote Estado de exceção em dois departamentos (equivalentes a estados) ao norte. A medida foi tomada após uma explosão que deixou dois policiais mortos, episódio atribuído ao Exército do Povo Paraguaio (EPP).
A organização paramilitar já havia motivado a aprovação de Estado de exceção em cinco departamentos em abril de 2010. Na ocasião, porém, o pedido partiu do próprio governo. Agora, analistas enxergam uma forma de pressão sobre Lugo, já que ele pode ser responsabilizado politicamente caso o EPP não seja desmantelado em 60 dias, prazo de duração das medidas aprovadas pela Câmara dos Deputados – no Senado, o aval veio na semana passada.
San Pedro e Concepción são regiões pobres do Paraguai, com ampla presença de pecuária e, segundo forças de segurança do país, plantio de maconha na fronteira com o Brasil. O Estado de exceção suspende garantias constitucionais, como o direito de reunião, e autoriza o Exército a agir ostensivamente, em conjunto com a polícia. Detenções e traslados de presos podem acontecer sem ordem judicial.
Além da explosão, pesam sobre a organização acusações de sequestros e assassinatos. “Vamos dar as ferramentas para que o Executivo acabe com isso e, se não acabar, vamos abrir um julgamento político (contra o presidente)”, assinalou na sessão o deputado do Partido Colorado Oscar Tuma, da oposição.
Mesmo contra a decisão, o governo informou que respeitará a determinação do Congresso. A Fiscalía, equivalente ao Ministério Público, sustenta que o EPP teria recebido treinamento das Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia (Farc)
Com informações da Reuters