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TRT e governo tentam mediação sobre demissões na GM, enquanto trabalhadores cobram soluções

Duas reuniões estão previstas para amanhã. Montadora segue sem negociar, e greve chegará ao quinto dia

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Protesto em São José dos Campos: greve completou quatro dias

São Paulo – Sem solução à vista, a crise com as demissões na General Motors (GM) vai ser objeto de pelo menos duas tentativas de conciliação por parte do poder público. Amanhã (27), representantes dos trabalhadores e da montadora participam de reuniões convocadas pela Justiça e pelo Ministério do Trabalho. Na manhã desta quinta-feira (26), metalúrgicos fizeram protesto na região central de São José dos Campos, interior paulista.

Uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), em Campinas, está prevista para as 15h desta sexta. Já a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em São Paulo deve promover uma reunião de mediação. Até o momento, a GM não fez qualquer sinalização de diálogo, nem tornou público o número exato de demissões nas fábricas de São Caetano do Sul, São José e Mogi das Cruzes, todas em São Paulo. A montadora tem também unidades em Joinville (SC) e Gravataí (SC).

Demissões na GM atingem 1,2 mil

Pelos dados dos três sindicatos envolvidos, foram aproximadamente 1,2 mil cortes, 10% da mão de obra. Em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, a demissão atingiria 25% do total de empregados (800). Na unidade de São Caetano, em torno de 300, de um total de 7 mil, e mais 100 em Mogi, onde trabalham 470 funcionários. Os sindicatos de São Paulo/Mogi e de São Caetano são filiados à Força Sindical, enquanto o de São José é ligado à CSP-Conlutas.

Hoje, metalúrgicos de São José, com participação de dirigentes de outros sindicatos, fizeram manifestação que começou diante do sindicato da categoria e terminou na praça da Igreja Matriz. Os representantes dos trabalhadores lembraram que há um acordo firmado até 2024 que prevê estabilidade no emprego. Além disso, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) prevê negociação prévia com os sindicatos em casos de demissão em massa.

A GM mandou telegramas no último sábado (21) para informar sobre as demissões. Em resposta, os metalúrgicos entraram em greve na segunda-feira, cobrando suspensão dos cortes e abertura de negociação. Para tentar justificar a medida, a empresa fala em queda nas vendas e nas exportações, mas balanço divulgado nesta semana pela matriz mostra desempenho positivo.


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