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Em mais uma reunião sem acordo, GM confirma 1.244 demissões

Cortes atingem fábricas de São Caetano, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Metalúrgicos mantêm greve

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Fábrica de São Caetano, no ABC paulista, teve 300 cortes. GM demitiu mais 839 em São José dos Campos e 105 em Mogi das Cruzes

São Paulo – Em nova reunião para tentar um acordo entre metalúrgicos e General Motors (GM), a empresa reafirmou que vai manter as demissões realizadas desde o dia 21 nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Além disso, confirmou o número de cortes, o que ainda não havia acontecido. São 1.244, sendo 839 em São José, 300 em São Caetano e 105 em Mogi. Isso equivale a aproximadamente 10% do efetivo total nessas três unidades.

O encontro foi mediado pela Superintendência Regional, a representação local do Ministério do Trabalho e Emprego. Outra reunião foi marcado para o 9 de novembro. Com essa posição da GM, os representantes sindicais afirmaram que a greve iniciada no dia 23 vai continuar.

Durante a reunião desta terça-feira (31), os sindicalistas informaram que a montadora descumpriu compromisso assumido na semana passada, na própria Superintendência. Segundo eles, a empresa iria suspender o pagamento de verbas rescisórias dos demitidos para que as negociações prosseguissem. “O compromisso está registrado em ata, mas o pagamento já foi depositado”, informou o sindicato de São José dos Campos.

“Não confiamos na GM”

Além disso, acrescentam os metalúrgicos, a GM já havia desrespeitado acordos de lay-off (suspensão de contratos) que previam estabilidade no emprego em São José e Mogi. Eles lembram ainda que, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), as empresas devem abrir negociação com os sindicatos antes de realizar demissão em massa. “Em nenhum momento a GM se reuniu com os representantes dos trabalhadores para buscar alternativas às demissões.”

“Está claro que não podemos depositar nenhuma confiança na GM. A empresa tratou os trabalhadores com total desrespeito e mostrou que não leva a sério seus compromissos”, reagiu o vice-presidente do sindicato de São José dos Campos, Valmir Mariano. “Não aceitamos que uma empresa multinacional venha em nosso país e trate os trabalhadores dessa forma. Vamos intensificar nossa campanha para pressionar os governos federal, estadual e municipais para que exijam da GM o cumprimento dos acordos e o cancelamento das demissões.”


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