São Paulo

Trabalhadores do Metrô rejeitam nova greve e convocam ato na segunda em São Paulo

Manifestação será em frente à sede do Metrô, contra pregão de terceirização dos serviços de atendimento, marcado para a próxima terça

Rovena Rosa/Agência Brasil
Rovena Rosa/Agência Brasil
Terceirização dos serviços de atendimento deve prejudicar a população, alertam trabalhadores

São Paulo – Em assembleia extraordinária na noite de ontem (5), os trabalhadores do Metrô de São Paulo rejeitaram a realização de nova greve na semana que vem. Em vez disso, a categoria convocou um ato contra as terceirizações e privatizações na próxima segunda-feira (9). O intuito é pressionar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), para que retire editais de terceirização no Metrô.

O pregão para terceirizar os serviços de atendimento nas estações está marcado para a próxima terça (10). Já o pregão de terceirização dos serviços de manutenção do Pátio Oratório, da linha 15-Prata (Monotrilho) deve ocorrer no dia 17.

Nesse sentido, os metroviários chegaram a planejar nova greve, desta vez por tempo indeterminado, pela retirada dos editais de terceirização. No entanto, por uma pequena diferença, a greve proposta pela diretoria do Sindicato dos Metroviários de São Paulo não foi aprovada. Foram 49,8% de votos contrários, ante 46,7% favoráveis à nova greve. Outros 3,5% se abstiveram.

Por outro lado, a categoria aprovou por maioria a realização de um grande ato contra as privatizações. Ainda sem horário definido, manifestação vai ocorrer em frente ao edifício Cidade 2, sede do Metrô de São Paulo, na região central da capital. Os metroviários esperam contar com o apoio dos movimentos sociais e dos demais sindicatos que compõem a luta contra as privatizações de Tarcísio. Além do Metrô, o governo pretende privatizar a CPTM e a Sabesp.

Preocupação toma conta da categoria

Para a presidenta do sindicato, Camila Lisboa, os editais de terceirização levam preocupação e um sentimento de falta de perspectivas à categoria. “Existe um projeto de privatização em pleno vigor, e esse sentimento está mais acelerado para nós, que trabalhamos nas linhas de bloqueio (serviços de atendimento).

Em vez de terceirizar, Camila afirmou que Tarcísio deveria abrir concurso público para reforçar os serviços de atendimento. O edital prevê a contratação de 400 trabalhadores terceirizados para atuar nas estações. “Para quem não sabe, são os agentes de estação quem conduzem as pessoas com deficiência, quem atende as pessoas que sofrem mal súbito ou algum acidente. São quem orientam e informam as milhões de pessoas que passam nas 63 estações do metrô. A nossa função é fundamental para que haja um serviço pleno e de qualidade”, afirmou.

Privatização em marcha

As terceirizações, no entanto, estão em linha com o plano de privatização de Tarcísio, reduzindo os custos de contratação de novos funcionários. Em agosto, o governo anunciou a contratação da consultoria International Finance Corporation (IFC), instituição ligada ao Banco Mundial, para realizar estudos relativos à privatização do Metrô.

Os trabalhadores são contra as privatizações. Eles citam o crescente número de falhas e acidentes que as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM passaram a registrar, depois que passaram a serem operadas pela Via Mobilidade, empresa do grupo CCR. A “Via Calamidade” – como se referem os trabalhadores – também opera as linhas as linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô. Nesse caso, apesar da aparente melhora nos serviços, os metroviários denunciam que as linhas privatizadas recebem quase R$ 2,00 de subsídio por passageiro. Assim, os repasses de verbas públicas garantem os lucros bilionários da companhia, em vez de serem investidos na ampliação da malha ferroviária.

Além dos editais de terceirização do Metrô, metroviários e ferroviários denunciam que Tarcísio já marcou para fevereiro do ano que vem o leilão de concessão da linha 7-Rubi da CPTM.