Metalúrgicos do ABC entregam aviso de greve e podem parar na 4ª

Trabalhadores rejeitam os 7% oferecidos e reivindicam o aumento salarial de 9%. Manifestações ocorreram também em outras montadoras da região do ABC

São Paulo – Os trabalhadores da Volkswagem de São Bernardo do Campo realizaram assembleia na manhã desta segunda-feira (13) e aprovaram paralisação para esta quarta-feira (15). Eles pressionam as montadoras pela proposta de 9% de reajuste reivindicada pela categoria e acordada com outros setores patronais. Caso uma proposta seja apresentada até esta quarta-feira (15), a greve pode ser evitada, dizem os sindicalistas.

As montadoras ofereceram 7% de reajuste, mas o valor foi rejeitado pelos trabalhores em assembleia realizada no sábado (11) em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Na ocasião, foi aprovado um aviso prévio de greve.

Na tarde desta segunda-feira, o Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) recebeu o comunicado de greve, cujo prazo legal de 48 horas. A categoria promete fazer manifestações e protestos até esta quarta-feira (15), quando podem entrar em greve geral por tempo indeterminado.

“O ambiente aqui é de luta, está todo mundo com garra e vontade. Estamos querendo os 9 % de aumento, já que toda a categoria conseguiu. Por isso estamos lutando” disse Davi, metalúrgico da Volkswagen.

Mobilizações pelo reajuste salarial

Ainda nesta manhã, 4,5 mil metalúrgicos da Ford fizeram uma manifestação por duas horas. Na Mercedes-Benz, os cerca de 2,5 mil trabalhadores da montagem final de caminhões deixaram seus postos de trabalho e se reuniram no pátio central para protestar, também por duas horas. Foi a terceira iniciativa do pessoal na Mercedes nos últimos dias e o primeiro depois que a categoria rejeitou o reajuste oferecido, segundo o sindicato da categoria.

Ao todo, cerca de 13 mil trabalhadores participaram dos protestos desta manhã. “A luta será longa, pois o acordo está bem distante”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre. Segundo ele, as montadoras têm condições de atender as reivindicações dos metalúrgicos, porque batem seguidos recordes de produção.