Paralisação nacional

Primeiro dia de greve tem quase 6.600 locais fechados, relatam bancários

Segundo o sindicato de São Paulo, Osasco e região, 16 mil trabalhadores participaram das paralisações na base

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Bancários pedem 12,5% de reajuste, piso de R$ 2.979,25 e PLR de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247

São Paulo – O primeiro dia de greve dos bancários fechou pelo menos 6.572 agências e centros administrativos em todo o país, 6,9% a mais do que em 2013, segundo balanço divulgado no início da noite de hoje (30) pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Na base do sindicato de São Paulo, Osasco e Região, a entidade informou que foram fechados 626 locais de trabalho, sendo quatro centros administrativos, com participação de 16 mil trabalhadores. Os bancários lembram que o autoatendimento segue funcionando normalmente.

A greve foi deflagrada após rejeição da proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que inclui 7,35% de reajuste na data-base (1º de setembro), o correspondente a 0,94% de aumento real. Para os pisos, o aumento seria de 8% (1,55% de ganho real). A participação nos lucros ou resultados (PLR) seria de 90% do salário mais R$ 1.818,51, limitado a R$ 9.755,42. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, o valor iria para 2,2 salários, com teto de R$ 21.461,91.

Os bancários reivindicam 12,5% de reajuste, piso de R$ 2.979,25 e PLR equivalente a três salários mais parcela adicional de R$ 6.247. Para itens como vales alimentação e refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá, eles querem R$ 724 para cada, valor equivalente ao salário mínimo oficial.

“É um recado inequívoco aos bancos de que queremos mais do que os 7,35% de reajuste e que não fecharemos acordo sem que nossas reivindicações econômicas e sociais sejam atendidas”, afirma o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, referindo-se ao primeiro dia de paralisação. “Condições financeiras os bancos têm de sobra para atender às reivindicações, uma vez que somente os seis maiores bancos tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões no ano passado e R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre de 2014, alcançando a maior rentabilidade do sistema financeiro internacional, graças principalmente ao aumento da produtividade dos bancários.” Para o sindicalista, apesar dos bons resultados o setor segue fechando vagas e piorando as condições de trabalho.

O fim da greve depende dos bancos”, assinala a presidenta do sindicato de São Paulo, Juvandia Moreira, integrante do comando. Ela observa que, além dos lucros, “os bancos se enquadram entre as empresas com maior risco de acidente de trabalho ou doença ocupacional, são mais de 16 mil afastamentos por ano, e não houve avanço para a melhoria nas condições de trabalho”.