Petroleiros reafirmam decisão de entrar em greve no dia 16

Categoria argumenta que a estatal 'desprezou' as reivindicações durante as negociações. O maior impasse gira em torno da reivindicação de 10% de aumento real

São Paulo – Devido ao impasse nas negociações da campanha salarial, os petroleiros, com data-base em 1º de setembro, mantêm a decisão de cruzar os braços por tempo indeterminado a partir do dia 16, quarta-feira da semana que vem. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) argumenta que a estatal “desprezou” as reivindicações durante as sete rodadas de negociação, desde o início da campanha salarial. Os 9% de reajuste oferecidos pela Petrobras – com aumento real (acima da inflação) entre 1,27% e 1,65% – foram considerados “provocação” ante os 10% de ganho real reivindicados.

As propostas sobre saúde e segurança dos trabalhadores também não foram satisfatórias, segundo a FUP, que defende melhores condições de segurança de trabalho aos efetivos e funcionários terceirizados. Desde 1995, diz a entidade, 310 trabalhadores tiveram acidentes fatais na Petrobras e subsidiárias. Só neste ano, 16 petroleiros morreram. Desses, 14 eram terceirizados. Durante as negociações, a estatal comprometeu-se a diagnosticar o sistema de segurança, mas ainda não propôs medidas imediatas.

Desde o início de outubro, os petroleiros vêm realizando uma série de protestos com atrasos a fim de sensibilizar a direção da Petrobras. No entanto, segundo nota divulgada pela FUP, a postura adotada pela categoria não foi o suficiente. “A Petrobras continua resistente em avançar no atendimento das principais reivindicações dos petroleiros”, afirma a federação.

As assembleias, que estão aprovando a greve, ainda são realizadas em alguns estados. O prazo definido em reunião do Conselho Deliberativo da FUP para o encerramento das negociações com a empresa e subsidiárias é a próxima quinta-feira (10).

Em nota da assessoria, a Petrobras limitou-se a dizer que “entregou às entidades sindicais propostas de cláusulas econômicas e sociais para o Acordo Coletivo de Trabalho 2011”, e que propõe “avanços em diversos itens relacionados ao plano de saúde e previdência dos empregados, condições de saúde e segurança”.