Petroleiros discutem saúde, mas pressionam negociação de aumento real

A categoria deu prazo até segunda-feira (17) para a Petrobras apresentar contraproposta ao pedido de 10% de ganho real para os salários e já articula greve

São Paulo – Petroleiros, em campanha salarial, reúnem-se nesta quinta (13) e sexta-feira (14) com a Petrobras. A categoria, com data-base em 1º de setembro, insiste no aumento real de 10% para os salários e deu prazo até segunda-feira (17) para a empresa apresentar uma contraproposta. Até o momento, a Petrobras propôs pagar a reposição da inflação (7,23%, pelo IPCA). Para pressionar, os sindicatos ligados à FUP ameaçam fazer na quarta-feira (19) o dia de mobilização nacional, com atrasos de duas horas no início do expediente, além de cortes na emissão de Permissões de Trabalho (PTs). Os trabalhadores também exigem o fim das práticas antissindicais e igualdade de direito. 

Na pauta da reunião, a Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS), serviço ambulatorial da empresa. A federação nacional (FUP) acusa a estatal de desvalorizar o serviço e diminuir os procedimentos médicos. De acordo com os petroleiros, há subnotificação dos acidentes, em vez de medidas estruturais que tornem o local de trabalho mais seguro. Na pauta também a cobrança da garantia da empresa para que o empregado acidentado (doença ou invalidez) passe a receber a aposentadoria direto da Petros, o fundo de pensão da estatal.

“É importante que estejamos preparados para garantir o enfrentamento assim que for necessário”, disse João Antonio Moraes, coordenador-geral da FUP. As entidades vão reforçar a mobilização durante as negociações com a Petrobras, com seminários locais e a elaboração de uma cartilha de greve.

A prioridade, para Moraes, é discutir o aumento real. “Os patrões e o governo dizem que não é possível garantir o ganho para não pressionar a inflação. Essa tentativa de barrar o reajuste salarial dos trabalhadores é um “equívoco completo”.