Petroleiros decidem rumo da campanha salarial e discutem paralisação

Petrobras apresenta proposta para as cláusulas sociais após as manifestações de quarta-feira; reajuste salarial continua indefinido

São Paulo – O conselho deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP)  se reúne nesta sexta-feira (21) para avaliar o rumo da campanha salarial e definir estratégias de uma possível paralisação. Até o momento, os trabalhadores receberam da Petrobras apenas a proposta de reajuste com base na variação do IPCA em 12 meses, até agosto (7,23%), véspera da data-base (1º de setembro). Eles reivindicam 10% de aumento real (acima da inflação).

Na noite de quarta-feira (19) a Petrobras apresentou propostas para as cláusulas sociais da pauta de reivindicações da categoria. Antes disso, pela manhã, em protesto contra a demora na negociação, os trabalhadores atrasaram o expediente em até duas horas em unidades por todo o país. Porém, a estatal já avisou que esse item só será discutido na quinta-feira (27). A empresa também promete proposta sobre a participação nos lucros ou resultados (PLR).

Segundo a FUP, houve avanço nas questões sociais. Foram garantidas melhorias na gestão da Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS), que devem agilizar os processos de credenciamento e, entre outros pontos, manter a assistência aos aposentados pelo INSS que tenham se aposentado pela Petrobras, sem terem se desligado da empresa. Os empregados anistiados que entraram na Petrobras aposentados também seriam incluídos.

A FUP informou que serão estabelecidos novos indicadores de segurança até 2013 e realizadas reuniões anuais nas comissões locais de SMS. Também será feita uma campanha nacional alertando sobre o registro de acidentes. A proposta da Petrobras vai ao encontro da reivindicação da categoria de trabalhar em parceria com os técnicos para buscar soluções aos problemas encontrados.

Petros2

Após dois anos de negociação – a última, na sexta-feira (14) –, os petroleiros da Transpetro, subsidiária da Petrobras, finalmente podem aderir ao plano de previdência complementar Petros2 (PP2). O plano foi implantado em junho de 2007 para os funcionários admitidos pela estatal a partir de 2002, e tem cerca de 36 mil participantes atualmente. Já o plano adotado pela subsidiária, o Plano Transpetro, é considerado menos vantajoso por não apresentar benefícios programados. A reivindicação era uma pendência assumida em acordo coletivo anterior (2009-2011). Passados dois anos, os funcionários da Transpetro ainda aguardavam a abertura do processo de adesão para o Petros2.

A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) publicou na última segunda-feira (17) no Diário Oficial da União a autorização para que a Transpetro retire seu patrocínio do Plano Transpetro, para que ela esteja apta a receber o PP2. Em nota, a FUP comemorou o avanço: “Essa é uma conquista de toda a categoria, fruto da unidade e organização sindical dos petroleiros”. O cronograma para a adesão será divulgado pela Transpetro nos próximos dias.

 

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