Dia de mobilização dos petroleiros tem adesão nacional

Por aumento real, mais segurança e saúde, os petroleiros atrasaram desde cedo a entrada dos turnos em refinarias e terminais

Em Duque de Caxias (RJ), petroleiros cruzaram os braços já pela madrugada (Foto: Divulgação/Sindipetro-RJ)

 

São Paulo – Petroleiros de todo o país atrasaram o expediente na manhã desta quarta-feira (19) nas refinarias, terminais e usinas termelétricas do sistema Petrobras. O motivo do dia de mobilização é a falta de propostas da estatal sobre aumento real à categoria, que está em campanha salarial. Há possibilidade de greve a ser marcada para os próximos dias. A Petrobras afirma que deve apresentar proposta de reajuste até a última semana do mês – no entanto, o prazo dado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) foi até a última segunda (17). A data-base  1º de setembro. Os trabalhadores reivindicam 10% de aumento real (acima da inflação), enquanto a empresa sinaliza apenas aumento com base na variação do IPCA nos últimos 12 meses.

Na região Sul, mais de 10 mil trabalhadores participaram da mobilização convocada pela FUP na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, região metropolitana de Curitiba. O protesto envolveu funcionários terceirizados e de outras categorias, como construção civil, e construção pesada, que também prestam serviços à empresa.

Em Minas Gerais, o atraso começou logo à zero hora do dia nas trocas de turno da Refinaria Gabriel Passos (Regap), Termelétrica Aureliano Chaves e Usina Biodiesel Darcy Ribeiro, em Montes Claros. A mobilização prosseguiu durante o dia, assim como na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, onde os trabalhadores lembraram também a necessidade da revisão do programa de prevenção de acidentes da empresa. Segundo dados da FUP, 291 petroleiros morreram em acidentes de trabalho desde 1995.

Em São Paulo, trabalhadores de Guarulhos, Guararema, Barueri e Ribeirão Preto se uniram no ato. Cerca de 2 mil petroleiros atrasaram a entrada da Refinaria de Capuava (Recap), no Grande ABC, e da Refinaria de Paulínia (Replan), na região de Campinas.

As manifestações em Sergipe aconteceram na unidade do Tecarmo, em Aracaju. Ainda no Nordeste, os petroleiros cruzaram os braços na Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia. Os trabalhadores da Lubnor, no Ceará, e do Terminal Aquaviário de Suape (PE) cortaram a rendição da operação nesta manhã. Ainda na Bahia, os petroleiros fecharam vias de acesso às unidades da Petrobras da região, na BR-324.

Segundo o diretor da FUP José Maria Rangel, a mobilização no Norte Fluminense foi “intensa”, com a adesão de 35 plataformas, vigílias e assembleias nas bases administrativas. Em entrevista à Rádio NF nesta tarde, Rangel afirmou que a avaliação do movimento é positiva e que “está dentro do que o organização esperava”. Para ele, o dia foi de “aquecimento” na campanha, com a estratégia de protestos cada vez mais intensos enquanto não houver resposta da Petrobras. “Talvez a Petrobras esteja querendo pagar para ver”, ironizou.