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Negociação avança pouco e bancários mantêm indicativo de greve a partir de terça

Dirigentes consideram inaceitável um setor com altos lucros oferecer menos de 1% de aumento real para a categoria

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Dirigentes voltaram a cobrar propostas para resolver problemas graves, como a pressão por metas abusivas

São Paulo – Em rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários neste sábado (27), em São Paulo, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou nova proposta para fechamento de acordo, mas os representantes da categoria consideraram a oferta insuficiente: reajuste de 7,35% (com 0,94% de aumento real) e 8% para o piso (1,55% de aumento real). Com isso, vão defender a rejeição nas assembleias que serão realizadas em todo o país na segunda-feira (29) e a manutenção do indicativo de greve a partir do dia seguinte.

Os bancários, com data-base em 1º de setembro, querem 12,5% (aumento real de 5,8%), o piso salarial no valor de R$ 2.979, 25 e a PLR (participação nos lucros ou resultados) equivalente a três salários base mais parcela adicional fixa de R$ 6.247.

A categoria também cobra a valorização dos vales refeição e alimentação, 13ª cesta de auxilio creche babá (um salário mínimo – R$ 724) e melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas.

“Um setor que lucrou R$ 28,4 bilhões em seis meses propõe para os trabalhadores aumento real de menos de 1%, sem apresentar proposta para melhoria nas condições de trabalho e emprego”, reclamou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do comando, em nota divulgada pela assessoria da entidade após a reunião desta manhã.

“A média dos ganhos reais das categorias que negociaram no primeiro semestre foi de 1,54%. Os bancos têm rentabilidade bem mais alta do que outros setores, com condições de aceitar as reivindicações dos trabalhadores”, observou a dirigente.

A proposta apresentada pela Fenaban hoje teve avanço mínimo em relação à primeira, feita no dia 19, na sétima rodada de negociação, que previa reajuste de 7% para salários, PLR, vales e auxílios (0,61% de aumento real) e 7,5% (1,08% de aumento real) para o piso. A oferta, além de não atender às exigências salariais, também não contemplava as reivindicações de saúde e condições de trabalho, emprego, segurança. Nesses itens a negociação também não avançou.