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Bancários rejeitam oferta patronal e decidem entrar em greve a partir do dia 6

Proposta da Fenaban, de 5,5% de reajuste, foi considerada um 'desrespeito' à categoria

spbancarios/facebook

Assembleia realizada na Quadra dos Bancários, em São Paulo, rejeita reajuste salarial de 5,5%

São Paulo – Os bancários, com data-base em 1º de setembro, rejeitaram hoje (1º) a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que prevê 5,5% de reajuste salarial, e aprovaram, por unanimidade, greve a partir da próxima terça-feira (6). Assembleias nas bases de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e em Porto Alegre, entre outras, decidiram pela paralisação.

O Comando Nacional dos Bancários já havia afirmado que a oferta patronal está longe de repor a inflação de 9,88%, e representaria perdas de 4% para os bancários. A proposta dos banqueiros prevê também abono de R$ 2.500. Os 9,88% representam a variação do INPC em 12 meses, até agosto.

“Os bancos alegam que o índice oferecido para os trabalhadores pretende compensar dificuldades decorrentes da inflação passada, sem contaminar os índices futuros. No passado, tiveram lucro líquido de R$ 36 bilhões no primeiro semestre e no futuro deveriam reduzir taxas e juros que passam de 400% ao ano (cartão de crédito), com o objetivo de acelerar a economia. Somente com os ganhos das tarifas bancárias, cerca de R$ 55 bilhões, poderiam gerar quase 2,5 milhões de empregos com salário médio do mercado de trabalho e garantir esses empregos por um ano. Isso sim seria contribuir para a conjuntura econômica”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

“Também reivindicamos fim das demissões nos bancos para melhorar as condições de trabalho da categoria e melhor atendimento para a população”. A dirigente considera a conduta dos bancos um “desrespeito não só com os bancários, mas com toda sociedade”, por se tratar de um setor que mesmo tendo lucratividade maior do que qualquer outro setor da economia faz uma proposta que vai levar os trabalhadores a uma paralisação nacional.