Total de metalúrgicos volta a superar 100 mil na base do sindicato do ABC

São Paulo – O número de metalúrgicos na base sindical de São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra já ultrapassa os 100,8 mil trabalhadores em […]

São Paulo – O número de metalúrgicos na base sindical de São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra já ultrapassa os 100,8 mil trabalhadores em 2010. Só no primeiro semestre, 3,5 trabalhadores foram contratados pelas empresas da região.

O número de postos de trabalho já está próximo do registrado em 2008, antes da crise do ano passado, que contava com 102,9 mil trabalhadores. Se o ritmo de crescimento for mantido, o número final de 2010 será o maior em 15 anos.

Nas décadas de 1980 e 1990, o parque industrial do ABC foi comprometido pela mudança de algumas montadoras. Segundo analistas, essas e outras empresas ligadas ao setor automotivo instalaram novas fábricas em outros estados para buscar locais com mão-de-obra mais barata – em função de sindicatos menos articulados – do que no ABC e para automatizar suas plantas.

As ofertas de emprego voltaram a crescer devido a expansão da economia, desencadeada pelos incentivos fiscais promovidos pela política anticrise do governo federal. “A recuperação começou quando o governo tomou a responsabilidade de ser o indutor do desenvolvimento brasileiro”, avalia Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Segundo levantamento da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no sindicato, quase 30% dos profissionais têm hoje entre 18 e 29 anos. Isso mostra uma mudança de perfil dos trabalhadores.

Sérgio Nobre defende que os sindicatos evoluíram e não precisam mais realizar apenas grandes greves como as da década de 1970, mas defender os trabalhadores como um todo. Para o metalúrgico, o sindicato deve ser forte e negociar a melhora nos direitos dos trabalhadores. “Se uma categoria está sempre em greve, é porque ela vive tendo seus direitos desrespeitados”, completou. 

Em relação a escolaridades também houve mudanças, em 2006, dado mais recente do Dieese, 40,6% dos trabalhadores tinham ao menos segundo grau completo, frenta a somente 13,5% em 1996. O número de metalúrgicos com ensino superior subiu de 8% para 14%.