Fenaban rejeita garantia de emprego e de mais contratações

Resultado da segunda rodada de negociações entre bancários e instituições financeiras é 'preocupante', diz sindicalista

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) rejeitou todas as reivindicações relativas a garantias de emprego apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários na segunda rodada de negociações da campanha de 2009 da categoria. Tampouco querem discutir a limitação de permanência máxima de 15 minutos nas filas das agências, o que obrigaria agências a contratarem mais pessoal para melhorar o atendimento, na visão dos sindicalistas.

Os bancos não aceitaram garantir seis horas diárias de jornada e a incorporação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para evitar demissões imotivadas. Para a Fenaban, cada instituição financeira deve ter sua própria política de emprego.

Sobre as recusas do setor patronal, Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e integrante do Comando, é enfático: “Isso é um absurdo”. Para ele, sejam quais forem os parâmetros considerados, o trabalho dos bancários aumentou imensamente nos últimos anos. “Já que o número de empregos no setor cresceu bem menos do que as operações bancárias”, explica.

Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional, conta que foram apresentados os resultados da pesquisa realizada pela entidade em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento mostra, na visão dele, a sobrecarga de trabalho e a necessidade de se contratar mais bancários, mas nem isso foi o bastante.

“É um começo de negociação preocupante, que deve deixar os bancários em alerta e aponta para a necessidade de fortalecer a nossa mobilização para conquistar melhor qualidade de vida à categoria”, defende Cordeiro.

Pelo calendário de negociações definido na primeira rodada, ocorrida no dia 17, o próximo tema a ser discutido com os bancos, no dia 2 de setembro, será a remuneração da categoria, que inclui o índice de reajuste, a valorização dos pisos salariais, o novo modelo de PLR, a contratação da renda variável e demais cláusulas econômicas. No dia 9 de setembro a negociação se concentrará na saúde, segurança, condições de trabalho e cláusulas sociais.

Com informações do Sindicato dos Bancários de Sâo Paulo e Contraf-CUT