Greve dos bancários segue em todo o país

Em São Paulo, de acordo com balanço divulgado no início da tarde pelo sindicato, mais de 29 mil trabalhadores aderiram à greve. No Brasil foram 2.881 agências paradas nesta quinta

Banco no Centro de São Paulo (Foto: Gerardo Lazzari/Seeb-SP)

A greve dos bancários entra nesta sexta-feira no seu segundo dia. Em assembleias pelo país, a categoria decidiu manter a paralisação por tempo indeterminado, após a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não apresentar propostas de reposição salarial sem aumento real e PLR abaixo do que foi paga no ano passado.

Em São Paulo, 29 mil trabalhadores aderiram à paralisação, segundo o sindicato, em 679 locais de trabalho. “A greve começou forte e a tendência é amplia-la. Essa manifestação demonstra o descontentamento dos trabalhadores frente à postura dos banquerios, que apesar de conhecer as reivindicações dos trabalhadores há mais de dois meses, se limitaram a apresentar uma proposta sem aumento real, com PLR inferior a de 2008 e ainda se negam a discutir proteção ao emprego em caso de fusão”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e membro do Comando Nacional dos Bancários. “Os bancários querem negociação com proposta que corresponda às reivindicações e ao empenho dos trabalhadores, que ajudaram a construir os altos lucros dos bancos”, ressaltou.

Nesta sexta-feira (25) os bancários de São paulo realizam uma passeada na Avenida Paulista, a partir das 15h, a partir da Praça Oswaldo Cruz com destino ao prédio do Real (próximo à estação Trianon do Metrô). E na segunda-feira (28), às 17h, fazem nova assembléia na quadra da categoria (Rua Tabatinguera, 192 – Sé).

1º dia

De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o primeiro dia de greve surpreendeu as expectativas. Dados parciais até as 20h desta quinta-feira apontaram para a paralisação de 2.881 agências, além de centros administrativos, de todos os bancos, em todo o país.

“Os bancários responderam com dignidade à provocação dos bancos, que apesar de terem lucrado R$ 19,3 bilhões no primeiro semestre, segundo o Banco Central, pretendem reduzir a PLR, não querem conceder aumento real e se recusam a atender às demais reivindicações da categoria”, avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

Ainda segundo a Contraf-CUT, a greve foi maciça no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal em todo o país. “No Bradesco, a paralisação surpreendeu os sindicatos pelo alto índice de adesão dos bancários, muito superior ao movimento do ano passado. E também superou as expectativas no Itaú Unibanco e no Santander-Real, onde a participação dos trabalhadores foi expressiva, apesar de as instituições estarem passando pelo processo de fusão”, afirmou a entidade em seu site.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro a greve atingiu 70% da categoria na capital, de acordo com o sindicato. “Apesar de toda a pressão feita pelos bancos para tentar impedir a participação dos trabalhadores no movimento, considero o primeiro dia de greve um sucesso. A partir de amanhã a adesão começa a crescer”, avalia o presidente da entidade Almir Aguiar. Uma nova assembleia de organização está marcada para esta segunda-feira (28), às 17h30, na Galeria dos Empregados do Comércio.

Os bancários têm data-base em setembro e damandam reajuste salarial de 10%, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários e um adicional no valor de R$ 3,8 mil, além de valorização dos pisos salariais, proteção ao emprego, mais saúde e melhores condições de trabalho, combate às metas abusivas e ao assédio moral.

Com informações da Contraf-CUT e sindicato de SP e do RJ. Atualizado às 20h15.