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Bolsonaro volta a falar em privatização da Petrobras; trabalhadores preparam greve

FUP realiza assembleias setoriais com sindicatos petroleiros para discutir indicativo de greve diante da ameaça de privatização da estatal

Divulgação/FUP-CUT
Divulgação/FUP-CUT
“Não vamos aceitar de forma alguma calados esse projeto de privatização", disse o coordenador dos petroleiros

São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar nesta quarta-feira (27) em privatização da Petrobras. Em entrevista à Jovem Pan News, disse que a estatal “só dá dor de cabeça”, em função da escalada dos preços dos combustíveis. Após o presidente dizer no início da semana que a venda da companhia havia “entrado no radar”, o governo estaria preparando um projeto de lei para permitir que a União comece a se desfazer das ações da companhia de forma a perder o controle acionário sobre a empresa.

Diante disso, os petroleiros começam a se movimentar contra a ameaça de privatização. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), os sindicatos realizam, a partir desta semana, assembleias setoriais para discutir indicativo de greve, caso o dito projeto de lei comece a tramitar no Congresso Nacional.

Estas mobilizações devem ocorrer até 12 de novembro. Na sequência, o Conselho Deliberativo da Federação e os sindicatos da base devem avaliar as propostas discutidas nas assembleias.

Legado sob ataque

Em nota, a FUP afirma que o legado de gerações de trabalhadores da Petrobras está “sob ataque“. E convoca petroleiros da ativa e aposentados a se somarem à luta contra a privatização.

“A categoria petroleira sempre esteve na vanguarda da luta para que a Petrobrás cumpra o seu papel público e social, garantindo o abastecimento da população, com preços justos, e o desenvolvimento nacional, com geração de empregos e riquezas para o povo brasileiro”, diz a nota.

Os petroleiros dizem, ainda, que se não fosse a resistência da categoria, o processo de privatização da empresa estaria ainda mais avançado. De acordo com o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, os petroleiros vão “responder à altura” e “a luta vai ser grande”.

“Não vamos aceitar de forma alguma calados esse projeto de privatização. A maior empresa do Brasil e da América Latina está sendo esquartejada por esse mesmo governo que beija a mão daqueles que lucram com o desmonte da Petrobrás, enquanto o povo paga preços exorbitantes para os combustíveis”, afirmou.