Gestão sem transparência

Petroleiros afirmam que privatização da Petrobras está no radar do governo

Presidente da estatal negou a desestatização da empresa, mas disse que continuará vendendo os seus ativos

Tânia Rêgo/EBC
Tânia Rêgo/EBC
Entidade nacional dos petroleiros ressalta que falta honestidade à diretoria e reitera que os desinvestimentos são um processo de privatização

São Paulo – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) contestou a fala do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que nega a possibilidade de privatização da estatal. Os trabalhadores afirmam que a direção da empresa se contradiz, já que está mantido o programa de desinvestimento.

A entidade ressalta que, mais uma vez, falta honestidade à diretoria da Petrobras. Para o diretor da FUP Deyvid Bacelar, há um processo de entrega da estatal em curso. “Infelizmente, a venda de ativos e subsidiárias do sistema é uma privatização. Diferente do que a direção disse, já venderam várias empresas importantes e ainda estão tentando vender as refinarias”, afirmou ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual.

Em teleconferência promovida pela Genial Investimentos, Roberto Castello Branco disse que a privatização da empresa “não está no radar do governo”. Entretanto, reiterou que continua em curso o programa de venda de ativos e subsidiárias.

Para o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Felipe Coutinho, a estatal tem uma forte geração de caixa, o que não justifica o desejo de privatizar a empresa. “Mais 74% da redução da dívida não foi originada pela venda de ativos, mas pela geração robusta de caixa. Nós reafirmamos que a empresa nunca esteve próxima de falir e a dívida é proporcional aos investimentos, como o pré-sal”, explicou.

Transparência

Os petroleiros reforçam que a falta de transparência afeta os trabalhadores do sistema. O dirigente explica que a entrega da estatal vai trazer prejuízos, já que a venda de refinarias pode resultar em “quarteis com preços altos”.

“Esse processo prejudica a empresa e os cidadãos do país, porque a venda das refinarias não cria concorrência, como aponta um estudo da PUC, que demonstra a criação de monopólios regionais, parecendo um cartel. É muito perverso”, criticou Deyvid. Os petroleiros ressaltam que as ações de venda da Petrobras fazem parte de uma diretriz do governo Bolsonaro.


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