Impasse

Aeroportuários avaliam proposta da Infraero em assembleias na segunda

Empresa apresenta aumento real de 2,5% em duas etapas, metade em janeiro metade em setembro de 2014

TST

TST levará impasse a julgamento se não houver acordo

São Paulo – A Infraero fez nesta sexta-feira (16) uma nova proposta salarial para os trabalhadores encerrarem a greve no setor. A empresa oferece aumento real de salário de 1,25% em setembro deste ano e mais 1,25% em setembro de 2014, além da correção salarial pelo IPCA até maio deste ano (data-base da categoria). Os índices foram apresentados em audiência de concilição no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A companhia também aumentou a concessão de vales-alimentação, de quatro blocos de 25 tíquetes cada, num total de 100 tíquetes, para quatro blocos de 30 tíquetes cada.

Os empregados vão se reunir em assembleias, na próxima segunda-feira (19), para decidir se aceitam. Na terça-feira (20), se não houver entendimento, o dissídio coletivo – processo de intermedição oir parte da Justiça do Trabalho a pedido de uma das partes, no caso a Infraero – será levado a julgamento, conforme adiantou o vice-presidente do TST, ministro Antônio José de Barros Levenhagen, que presidiu a reunião.

Ainda segundo a proposta que será apreciada nas assembleias de segunda-feira, os dias parados compreendidos entre 31 de julho ( início do movimento) e 12 de agosto seriam abonados. Os demais, compensados.

A empresa se comprometeu também a reativar em 60 dias uma comissão paritária para analisar a situação dos navegadores aéreos, e ratificou cláusulas que já tinham sido acertadas nas audiências de conciliação anteriores – entre elas, a criação de uma comissão para discutir planos de saúde e odontológico e outra para sobre o Plano de Classificação de Cargos e Salários (PCCS).

O diretor do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) Severino Macedo avalia que a criação dessas comissões é um avanço mais importante do que o reajuste salarial oferecido pela Infraero. Segundo ele, a proposta de reajuste salarial “não contempla em nada o anseio da categoria por aumento imediato”.

Para o sindicalista, a possibilidade de dissídio coletivo será negativa para os trabalhadores e para a empresa. “Se for para dissídio é negativo para ambas as partes, a empresa perde, o trabalhador perde. O dissídio é a última instância mesmo, e como se trata de uma empresa pública, é ruim para o governo também”, avalia.

Os trabalhadores do setor aeroportuário estão em greve desde o dia 31 de julho, mas oTST determinouque a categoria deveria manter 100% das atividades de controle de tráfego, 70% do efetivo das áreas de segurança e de operações e um percentual mínimo de 40% nos demais setores. Segundo o diretor do sindicato, atualmente cerca de 2 mil funcionários estão com as atividades paralisadas por causa da greve em todo o país.

Com informações do TST e da Agência Brasil