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Prisões paulistas contam 52 servidores mortos pela covid-19

Aumento das mortes coincide com a retomada das visitas às unidades prisionais, em 7 de novembro, pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP)

Assembleia Legislativa SP
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Morreram sete servidores penitenciários apenas nas duas primeiras semanas de março

São Paulo – As prisões paulistas têm 52 servidores vítimas fatais do coronavírus desde o início da pandemia até esta quinta-feira (11). O levantamento é do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), com base em informações apuradas junto à categoria. Morreram sete servidores penitenciários apenas nas duas primeiras semanas de março, o mesmo número de mortos de todo o mês de fevereiro.

Levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aponta um crescimento de 190% no falecimento tanto de servidores quanto dos presos nos primeiros 67 dias de 2021 comparados ao mesmo período no ano passado. De acordo com os dados do CNJ, foram confirmados 64.189 casos nas unidades prisionais do país, dos quais 16.046 servidores e 48.143 detentos.

Na avaliação da direção do sindicato, no caso das prisões paulistas o aumento das mortes coincide com a retomada das visitas às unidades prisionais, em 7 de novembro, pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).

Apesar da piora no quadro da pandemia, com várias cidades paulistas regredindo à fase vermelha, a SAP só voltou a suspender as visitas depois que o Tribunal de Justiça de São Paulo deferiu um pedido de liminar do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), em 27 de fevereiro.

Porém, apesar da recente suspensão de visitas de familiares, o Sifuspesp recebeu denúncias de que continuam as visitas de advogados e oficiais de Justiça, algumas unidades retomaram o trabalho dos sentenciados e a SAP segue transferindo presos, um dos maiores problemas. O sindicato está apurando os casos.

Crescimento do contágio

De dezembro até o começo de março, as mortes aumentaram 75%, e o contágio de servidores cresceu quase 44%, de 1.997 em dezembro para 2.870 neste 10 de março. Desde quando a SAP passou a contabilizar os casos, em julho passado, o crescimento do contágio entre os servidores aumentou quase 360%. Ainda segundo a secretaria, são 12.536 casos confirmados na população carcerária, com a morte de 38 detentos.

Com o cenário distante do controle de casos dentro e fora dos muros do sistema prisional, a direção do sindicato continua alertando a categoria para prevenção, e também na luta por prioridade na imunização:

“Somos convocados a trabalhar, prestamos serviço essencial e estamos na linha de frente, temos que ter prioridade na vacinação sim e vamos seguir reivindicando isso junto ao governo estadual e nas instâncias federais também, com apoio de deputados de diferentes partidos políticos que tem feito essa indicação ao Ministério da Saúde”, defende Fábio César Ferreira, o Jabá, presidente do Sifuspesp.


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