CUT entrega prêmios para destaques em defesa da democracia e da liberdade

Cerimônia, em São Paulo, terá show do músico Wagner Tiso e será comandada pelos atores Paulo Betti e Ester Góes

São Paulo – Será realizada nesta terça-feira (13), às 19h30, no Teatro da Universidade Católica (Tuca), em São Paulo, a cerimônia de entrega do 1º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre, que vai homenagear personalidades e entidades que lutaram pela redemocratização do Brasil e as que lutam para aperfeiçoar o regime democrático brasileiro.

Receberão o troféu do Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre, criado pelo artista plástico Elifas Andreato, os candidatos mais votados pelo público nas cinco principais categorias do prêmio (confira abaixo) e o ex-presidente Lula, escolhido para a 6ª categoria do prêmio – “Personalidade de Destaque na Luta por Democracia e Liberdade”. Durante a cerimônia, o blogueiro e presidente da ONG Movimento dos Sem Mídia, Eduardo Guimarães, vai receber a homenagem em nome do Encontro de Blogueiros Progressistas.

Data é simbólica
No dia 13 de dezembro de 1968 os brasileiros foram surpreendidos com um dos maiores atentos à liberdade individual e coletiva de toda a história do País. 
A junta militar que governava o país com mãos de ferro desde o golpe de 1964, suspendendo as eleições direitas para o cargo máximo da nação – a presidência da república – instituiu neste dia o Ato Institucional 5.
No dia 13 de dezembro do ano passado, após o retrocesso nos debates políticos da última campanha eleitoral, com ataques aos direitos individuais dos brasileiros: discriminação contra união de pessoas do mesmo sexo e aborto, só para ficar em dois temas polêmicos -, a CUT realizou o ato Democracia e Liberdade Sempre, no Rio de Janeiro.
O Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre deverá ser realizado a cada dois anos.

A instituição do prêmio é mais uma ação da CUT em defesa da democracia e da O presidente da CUT, Artur Henrique da Silva, associa o prêmio às bandeiras defendidas pela central. A história da CUT é a história da luta em defesa da democracia e da liberdade. Por isso, o Prêmio CUT vai homenagear pessoas que tiveram um papel importante nessa luta e também mostrar que essa é a bandeira fundamental da nossa central.”

Também serão homenageadas as pessoas que colaboraram com a CUT na definição dos candidatos: Denise Fon (jornalista, anistiada política e membro do Grupo Tortura Nunca Mais), Emir Sader (sociólogo), José Dirceu (ex-deputado federal e ex-ministro da Casa Civil), e Rildo Marques (diretor do Movimento Nacional de Direitos Humanos e membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana/SP).

Além do show de Wagner Tiso, na abertura do evento, o Teatro Popular União e Olho Vivo está entre as atrações.

 Leia sobre os vencedores do 1º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre

Categoria “Personalidade de destaque na luta pela Redemocratização do Brasil”

Rosalina de Santa Cruz – Assistente Social e professora doutora da Faculdade de Serviço Social da PUC/SP. Feminista, atua desde a década de 1970 no Movimento de Mulheres, inclusive como uma das editoras do Jornal Brasil Mulher. Foi presa no período da ditadura militar e seu irmão, Fernando, é um dos desaparecidos políticos daquela época.

Ela integrou a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e é uma das ativistas do Comitê Brasileiro pela Anistia.

Participou das lutas em defesa da Loas (Lei da Assistência Social) e do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Categoria “Personalidade de destaque na luta por Democracia, Cidadania e Direitos Humanos”

Frei Beto – dominicano, é autor de 54 livros editados no Brasil e no exterior e militante de movimentos sociais pelos direitos humanos na América Latina. Foi preso político da ditadura militar. Foi assessor especial do presidente Lula e coordenador da Mobilização Social do Programa Fome Zero.

Foi coordenador da Anampos (Articulação Nacional dos Movimentos Populares e Sindicais) e participou da fundação da CUT e da Central de Movimentos Populares.

É membro do conselho consultivo da Comissão Justiça e Paz de São Paulo. Nos últimos anos, recebeu 15 prêmios no Brasil e no exterior por sua luta em prol dos Direitos Humanos.

Categoria “Personalidade de destaque na luta por Democracia e Direitos dos Trabalhadores”

Maria da Penha – A cearense é Farmacêutica e símbolo do combate à violência doméstica no Brasil. Em 1983, foi atingida nas costas por um tiro disparado por seu marido que a deixou  paraplégica.

Lutou por quase 20 anos para processar criminalmente o companheiro, sem obter resposta da Justiça. Partiu para denunciou o Brasil na Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), o que resultou na condenação internacional do país por omissão na defesa dos direitos das mulheres. 

Como decorrência de sua luta, foi criada a lei 11.340/06 – que levou o nome de Lei Maria da Penha – de punição à violência contra a mulher, em vigor desde 2006.

Categoria “Personalidade de destaque na luta por Democracia e Justiça no Campo”

Dom Pedro Casaldáliga – Espanhol radicado no Brasil desde 1968, d. Pedro é bispo emérito de São Félix do Araguaia (Mato Grosso). Defensor dos direitos humanos, foi alvo de perseguição pela ditadura militar e recebeu inúmeras ameaças de morte, por apoiar trabalhadores rurais e a luta pela reforma agrária. O bispo também é um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Categoria “Instituição de destaque na luta por Democracia e Liberdade”

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – O MST foi criado em 1984 e desde então luta pela reforma agrária no Brasil, pela diminuição das desigualdades sociais e pela promoção da justiça no campo. 

Categoria  ”Personalidade de destaque na luta por Democracia e Liberdade (escolhida pela CUT com colaboradores do Prêmio)”

Luiz Inácio Lula da Silva – O ex-presidente é uma uma das mais importantes referências para os movimentos sociais e sindical, além de para a própria a história recente do Brasil.

Líder metalúrgico, na década de 1970 esteve à frente das greves que desafiaram o regime militar no ABC paulista e que mudaram o sindicalismo no país. Fundou o Partido dos Trabalhadores e foi um dos principais articuladores para a fundação da Central Única dos Trabalhadores.

Foi eleito deputado Constituinte em 1986. Após três disputas, elegeu-se presidente da República em 2002, cargo para o qual foi reeleito em 2006. Em seus oito anos de mandato, promoveu mudanças no Brasil que buscaram conciliar o desenvolvimento econômico com o social.