Pandemia não acabou

SP derruba exigência de máscara no transporte público, mas infectologista recomenda manter uso

A partir desta sexta, a utilização de máscaras permanece obrigatória apenas em hospitais e postos de saúde. Avaliação é que os indicadores epidemiológicos permitem a flexibilização, porém, com cuidados. Recomendação de uso vale principalmente para idosos

Rovena Rosa/ABr
Rovena Rosa/ABr
Com a nova regra, passageiros de ônibus, Metrô e trem poderão escolher se querer ou não utilizar a proteção

São Paulo – O uso de máscaras de proteção contra a covid-19 deixa de ser obrigatório a partir desta sexta-feira (9) no transporte público da cidade e do estado de São Paulo. A liberação foi anunciada nesta quinta (8) pelo governo paulista e prefeitura, e publicada hoje no Diário Oficial do Estado e do Município. Com a nova regra, passageiros de ônibus, Metrô e trens poderão escolher se quererem ou não utilizar a proteção.

O uso de máscaras permanece obrigatório, contudo, em locais destinados à prestação de serviços de saúde, como hospitais, laboratórios e postos de saúde. Além disso, apesar do fim da exigência, as gestões estadual e municipal afirmam que o uso da proteção continua sendo recomendado para evitar a transmissão da covid-19. Principalmente para os grupos vulneráveis, como pessoas acima de 60 anos e imunossuprimidas

A flexibilização leva em conta dados do combate à pandemia, segundo o conselho gestor da Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde de São Paulo, o antigo comitê científico. Segundo a pasta, o atual cenário de altas taxas de cobertura vacinal, quedas nas internações e taxa de mortes menor do que em países em desenvolvimento, “dá a segurança necessária para a flexibilização do uso de máscaras neste momento”, declarou o secretário David Uip. 

Infectologista recomenda uso 

A obrigatoriedade em transporte público havia sido implementada ainda no início da pandemia, em 29 de abril de 2020, após o anúncio da pandemia de covid pela Organização Mundial da Saúe (OMS). 

O governo, segundo David Uip, monitorará os dados epidemiológicos de forma constante e o uso de máscara poderá voltar a ser exigido em caso de agravamento da pandemia. Ao jornal Folha de S.Paulo, especialistas consideraram a medida acertada, mas com ressalvas. O infectologista Leonardo Weissmann, integrante da diretoria da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), recomendou cuidado e o uso da proteção principalmente em locais fechados. 

“A pandemia ainda não acabou. Enquanto houver circulação do vírus, não se pode descartar a possibilidade do surgimento de novas variantes, mais transmissíveis ou até mesmo com evolução diferente do que vimos até o momento. Sendo assim, podemos ter uma nova subida de casos. Se isso acontecer, essa medida poderá ser revertida”, adverte o infectologista. 

Situação epidemiológica 

A Secretaria estadual da Saúde afirma que, em comparação com o início deste ano, houve queda de mais de 90% nas internações e mortes por covid no estado. O total de pacientes com a doença internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) passou de 4.091, em 3 de fevereiro, para 363 neste mês de setembro. A média móvel de mortes também recuou de 288 óbitos, em 9 de fevereiro, para 27, atualmente. 

Em todo o Brasil, a média móvel de mortes é de 94 por dia. O que indica uma redução de 37,74% em relação há duas semanas. A média móvel de casos também vem indicando queda no mesmo período. Atualmente são 10.448, menos 31,46%. Ontem, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) registrou 85 mortes em decorrência da covid-19, elevando para 684.722 o total de vidas perdidas na pandemia. 

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