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Balanço indica que casos de dengue estabilizaram e tendem a cair

Casos atingiram pico no mês de março, quando já tinham sido registrados 38.918 casos confirmados, se estabilizaram a partir de meados de abril e tendem a cair

Secretaria de Saúde/PMSP

Prefeitura chamou Exército para ajudar a combater a proliferação do mosquito transmissor da dengue

São Paulo – Depois de dez semanas com registros crescentes de casos de dengue, a transmissão da doença dá sinais de estabilidade no município de São Paulo. De acordo com balanço da Secretaria Municipal da Saúde, divulgado na tarde de hoje (7), os casos atingiram seu pico entre as 11ª e 14ª semanas epidemiológicas (mês de março), quando já tinham sido registrados 38.918 casos confirmados.

A partir da 16ª semana (meados de abril), os números se estabilizaram e tendem a cair, segundo o secretário-adjunto da Saúde, Paulo de Tarso Puccini: “É grande a probabilidade de redução da transmissão da doença nas próximas semanas. A ocorrência semanal, que vinha crescendo, foi estabilizada já a partir da 12ª semana. Mas é impossível precisar a partir de quando começa a cair o número de casos já que os dados ainda estão incompletos”.

De acordo com a Secretaria de Saúde, 31 dos 96 distritos administrativos registram mais de 300 casos por 100 mil habitantes, o que os colocam em situação de epidemia conforme parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na zona norte, são 11 distritos em situação crítica, entre os quais Brasilândia, Pirituba, Freguesia do Ó e Jaraguá. Na sudeste, oito, entre os quais Pari e Mooca. Na sul, Cidade Ademar e Pedreira.

Mortes

O município já registrou oito mortes devido à dengue. Das vítimas, metade tinha mais de 50 anos e doenças associadas, o que agrava a situação da dengue. A mais jovem, de 11 anos, tinha anemia e uma doença na medula.

O secretário negou que os laboratórios municipais estejam sobrecarregados para a realização de sorologia. E afirmou que os resultados dos testes para confirmar a infecção pelo vírus transmitido pelo Aedes aegypti, feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, saem em duas semanas. No entanto, o atendimento dos doentes com suspeita não dependem do resultado. “As pessoas com indício da doença, como fortes dores abdominais, nas articulações ou nos olhos, acompanhadas de vômito, já recebem a medicação.”

Para Puccini, a explosão da doença teria sido bem maior sem ações de combate aos criadouros do mosquito. Ele destacou a participação de soldados do Exército na visita às residências em busca de possíveis focos. Enquanto a recusa dos moradores em abrir suas casas aos agentes da prefeitura é de 20% – a taxa inclui a ausência –, para os agentes do Exército era de apenas 3%.

Desde o início de abril, mil soldados já participaram da ação no município. Outros 107 atuam em outros municípios, como Campinas, Pindamonhangaba e Rio Claro, que assim como São Paulo recorreram ao Exército para ajudar a controlar a proliferação do mosquito. O Exército participa ainda com dez médicos, que estão atuando em unidades básicas de saúde nas regiões mais críticas.

Epidemia no estado

A região Sudeste responde por mais da metade das 626.131 ocorrências em 2015, conforme dados do Ministério da Saúde. Em números absolutos, a região registra 414.716, sendo que o estado de São Paulo tem 345.221 casos. No Centro Oeste são 74.516; no Nordeste, 75.511; no Norte, 23.989 e no Sul, 37.399. A crise no abastecimento de água, que tem levado a população a armazenar em casa, muitas vezes em condições inadequadas, propiciou o aumento na proliferação do mosquito transmissor do vírus.

Amanhã (8), o Hospital São Paulo, vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), vai abrir um setor para atendimento a pessoas com suspeita de dengue. Serão quatro consultórios, 20 leitos para hidratação, 120 poltronas de espera, recepção e uma equipe constituída por três enfermeiros, três clínicos e um pediatra.

No centro, serão atendidos somente doentes direcionados pela Assistência Médica Ambulatorial (AMA), Unidade Básica de Saúde (UBS) e pelo Hospital São Paulo munidas do cartão de acompanhamento referente à suspeita de dengue. Quem já possui o cartão pode dirigir-se diretamente ao serviço.

O paciente será avaliado pela equipe de enfermagem, classificado pelo grau de risco, através do exame de sangue, passará por consulta com o clínico geral e encaminhado à hidratação. Casos que requerem cuidados especiais serão encaminhados ao HU-HSP.

O serviço funcionará na Borges Lagoa, 770, Vila Clementino.