Fechamento do Instituto Pasteur para reforma causa preocupação

Intenção do governo de São Paulo seria descentralizar e municipalizar atendimento referente à raiva, na qual instituição é referência

Prédio histórico, casarão do Instituto Pasteur, na avenida Paulista, tem 110 anos (Foto: Milton Michida/Divulgação)

São Paulo – A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo ainda não tem uma previsão da data do início da reforma do Instituto Pasteur, na zona sul da capital, anunciada esta semana pelo governo de São Paulo. Por meio de sua assessoria de imprensa, a secretaria informou que o projeto ainda não está concluído, motivo pelo qual ainda não se sabe quando as obras começarão.

Após iniciadas, as obras têm previsão de, no máximo, um ano para conclusão, disse a secretaria, em nota. Nesse período, os pacientes serão encaminhados ao Hospital das Clínicas e ao Instituto de Infectologia Emílio Ribas. A assessoria disse que o projeto, em final de conclusão, será conduzido de forma diferenciada, respeitando a estrutura secular da unidade, “que se tornará a maior e mais moderna referência em raiva de toda a América Latina”. O prédio tem 110 anos de existência.

Entretanto, um profissional de saúde ligado ao Pasteur, que preferiu não ser identificado, disse à reportagem que são procedentes as preocupações de funcionários sobre o futuro do instituto, pois haveria mudanças “preocupantes” em suas atividades. “O governo acha que o atendimento (das especialidades do Pasteur) seria atribuição das prefeituras. A municipalidade é que teria de assumir”, disse a fonte. 

De acordo com ela, muitos médicos de municípios do interior recorrem ao Pasteur quando têm dúvidas a respeito de diagnósticos e procedimentos relativos à raiva. “Da cidade de São Paulo, muitos postos de saúde e instituições particulares encaminhavam pacientes ao Instituto Pasteur. Sem seus serviços, a população e os profissionais de saúde ficam sem ter uma referência onde recorrer.”  

A reportagem procurou a diretora da coordenadoria de Controle de Doenças do Instituto Pasteur, Luciana Hardt Gomes, mas só obteve retorno da assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde. Diferentemente da diretora anterior, Neide Takaoka, que é médica sanitarista, Luciana Hardt, no cargo desde dezembro, é veterinária.