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Estudo da USP aponta erros na cozinha que colocam a saúde em risco

Os procedimentos identificados pela pesquisa expõem as pessoas às doenças transmitidas por alimentos (DTA). No Brasil, entre 2000 e 2018, foram registrados oficialmente 247.570 casos de DTA, com 195 mortes

Pixabay
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São Paulo – Uma parcela expressiva da população brasileira adota medidas inadequadas de higiene na cozinha, além de adotar práticas equivocadas de higienização, manipulação e armazenamento dos alimentos. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado por pesquisadores do Centro de Pesquisas em Alimentos, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, feito com 5 mil pessoas de todos os estados brasileiros.

Os procedimentos identificados expõem as pessoas às doenças transmitidas por alimentos (DTA). No Brasil, no período entre 2000 e 2018, foram registrados oficialmente 247.570 casos de DTA, com 195 mortes, de acordo com dados do Ministério da Saúde. 

O levantamento sobre higiene de alimentos aponta que 46,3% dos participantes afirmaram ter o hábito de lavar carnes na pia da cozinha, uma prática não recomendada. “Lavar carnes, especialmente a de frango, na pia da cozinha pode espalhar potenciais patógenos no ambiente, representando uma prática de risco”, aponta o coordenador da pesquisa, Uelinton Manoel Pinto, professor da FCF e integrante do Centro, também chamado Food Research Center (FoRC), em entrevista ao Jornal da USP.

Segundo o estudo, 24,1% dos entrevistados costumam consumir carnes malcozidas e 17,4% consomem ovos crus ou malcozidos em pratos como maionese caseira. O professor destaca que o consumo de alimentos de origem animal feitos desta forma apresenta risco microbiológico e o ideal é cozinhá-los a uma temperatura mínima de 74°C para inativar os patógenos que podem estar presentes. “Lembrando que nem todo produto cru de origem animal contém micro-organismos patogênicos, mas existe esse risco e o cozimento adequado garante que esses micro-organismos sejam eliminados ou reduzidos a níveis seguros.”

Higienização de verduras e frutas

Sobre os hábitos relacionados à higienização de verduras, 31,3% das pessoas afirmaram utilizar apenas água corrente, enquanto 18,8% usam água corrente e vinagre. Já na higienização de frutas, 35,7% utilizam água corrente e 22,7% usam água corrente e detergente.

“Para a higienização segura de verduras, legumes e frutas que serão consumidos crus a recomendação é lavar com água corrente e utilizar uma solução clorada com um tempo de contato mínimo de 10 minutos, seguido de novo enxágue em água corrente”, diz o professor. Aqueles que usam água com solução clorada foi de 37,7%, para verduras, e 28,5% para frutas. Se os vegetais forem cozidos ou as frutas consumidas sem a casca, não é necessário passar pela desinfecção em solução clorada.

Com informações do Jornal da USP